sexta-feira, 27 de setembro de 2013

SERÁ QUE EU ENTENDI?

1. EUA escravos econômicos de seu ex-escravo e, hoje, maior parceiro, a China.
2. EUA sem apoio militar internacional para invadir a Síria, porque Wikileaks ridicularizaram seus exércitos, depois de mostrar como crianças a bordo de helicópteros de última geração bélico-militar brincam de videogame com civis no Oriente Médio.
3. EUA prendem Bradley Manning, o soldado que, no mais supremo gesto de bravura, acaba de assumir sua identidade feminina, como que para demonstrar que só uma alma de mulher seria capaz de levar adiante tão corajoso desejo de Justiça.
4. EUA estão apavorados, porque não conseguem por as mãos em Julian Assange, vivendo de favor numa embaixada de ex-país bananeiro no marco zero do mundo: Londres. Assenge, outro revolucionário, está inutilizado por ora e, por isso, eles passam a perseguir o vasos comunicantes do sistema de vazamentos, na peneira aberta no planeta inteiro chamada www.
5. EUA começam a rastrear um tal de Edward Snowden e descobrem que seu contato num jornal inglês mora agora no Brasil.
6. EUA, numa ação grotesca e mal planejada, prendem em Londres um brasileiro, namorado do jornalista inglês, contato de Edward Snowden.
7. EUA muito curiosos entram em nossos sistemas e passam a vigiar, e por que não?, a própria presidente da ex-República das Bananas. 8. EUA perseguem Edward Snowden que, em fuga alucinada (que é o que sente quem está sendo vigiado pela maior e mais cruel "democracia" do planeta), recebe asilo da ex-temida e não menos cruel União Soviética. Quantos mísseis eles ainda têm? Alguém na máfia russa sabe precisar?
9. EUA envergonhados diante de todo o planeta, depois do novo vazamento de Snowden que põe a nú toda a sórdida política praticada por Washington digo, em última instância, pelo Pentagono e pela indústria do óleo e seu sem-número de derivados. Na dúvida, meu caro, vai de óleo, é o que diria um dos falcões com status de conselheiro de Estado.
10. EUA tem que engolir a indicação do principal prêmio de Direitos Humanos do Parlamento Europeu a nada mais, nada menos, do que ele mesmo, Edward Snowden.
11. EUA recebem a notícia de que o Brasil não vai mais à cópola, digo, cúpula bilateral. Por trás da decisão de tal ex-subserviente vizinho está a notícia vazada por quem? Edward Snowden.
12. EUA sem China, sem Rússia, sem Brasil, sem América Latina, sem Europa, opa, fica quase sem ninguém.
13. EUA abrem as portas do mais importante "meeting" planetário: a Conferência da ONU em Washington para nada mais, nada menos, do que a furiosa Dilma Rousseff: mulher, ex-militante revolucionária, presa política, torturada nos porões da Ditadura Militar por agentes treinados pela CIA, cujo golpe fora financiado por quem mesmo? Por eles, os EUA. Alguém que vê-se logo nos olhos que tem sede de Justiça, quiçá, de vingança.
The dream is over! Para quem põe fé nos números, o 13 aí acima é o mesmo número daquele partido que tem uma estrela, como é mesmo o nome? Senhoras e senhores, não por acaso o ano em que estamos é 2013. Como diria o poeta: "tem que morrer para germinar."
(DoLaDoDeLá)


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

elite não engole um Brasil independente

O Brasil não é mais uma república bananeira


O Conversa Afiada reproduz texto de Fernando Brito, no seu Tijolaço:


Porque me afanam de meu país ou de como o Brasil tem um destino próprio



Quando a gente pensa o Brasil, não pode pensar nele como um país “normal”.

Porque não somos, em nenhum aspecto. Desde o tamanho, a riqueza natural, a cultura e tudo o que faz único, até a história escravagista, elitista e burra de nossas elites, que também é única no mundo, agora que os boers holandeses já se foram da África do Sul e da face da Terra.

Pensar o progresso do povo brasileiro, portanto, não pode se pautar, apenas, nos sentimentos de justiça e distributivismo da riqueza que essa elites sempre nos negaram.

Significa, sempre, reverter o retardo no desenvolvimento da riqueza que elas nos legaram.

As elites brasileiras sempre viveram das migalhas do que transferiam de nossa riqueza para o exterior. Do pau-brasil, à cana, ao ouro, ao café, ao ferro, à soja, nossa história foi transferir riqueza.

Natural, portanto, que desejem que o nosso país, internacionalmente, fale fino com os poderosos e, com os fracos, seja o menino de recados que leva a vontade do “sinhô” à senzala e ainda se ache “o máximo”, por poder frequentar a “casa-grande”.

A direita brasileira sempre se preocupou em manter essa postura. É famosa a frase do udenista Juraci Magalhães de que “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.

Por isso, ao analisar o comportamento de Dilma, acha que “isso não vai adiantar nada” e que se trata de um simples aproveitamento eleitoral interno.

É coerente com o mundo, tal como o enxergam e nele vêem o Brasil.

Eles não conseguem imaginar outro lugar para nós que não a gravitação em torno dos Estados Unidos e seu modelo de vida, riqueza e progresso. Tal como seus antepassados, há dois séculos, viam as metrópoles coloniais europeias.

Por isso mesmo, acham que até é admissível um certo palrar nacionalista, desde que seja para “inglês (ou americano) ver”.

Então, não percebe – parte delas, porque muitos percebem mas fingem que não – aquilo que eu disse no post anterior: que a diplomacia segue o rumo de todas as outras relações de troca entre países, especialmente as comerciais.

Separei, por isso, duas tabelas que mostram como estas relações evoluíram desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso.


Nas exportações, que se multiplicaram por quatro em uma década, as compras norte-americanas no Brasil foram as que menos cresceram: 76,6%, passando de 15,6 para 26,8 bilhões de dólares.

Ou de um quarto do total de nossas exportações para 12% do total exportado.


Isso é uma decisão de não vender aos americanos? Ora, isso não passa pela cabeça de nenhum exportador, o que ocorre é a decisão de não comprar.

Compare isso com a Ásia, com a China em específico, com o Mercosul…aqui, inclusive com a fixação de barreiras comerciais nas quais os pregadores do liberalismo são mestres.


Nas importações, o quadro é bem parecido, e até um pouco mais desfavorável ao Brasil, que embora tenha ampliado as compras nos EUA  bem mesmo que com qualquer outra parte do mundo ainda assim o fez num ritmo maior do que o de suas vendas para lá.

A visão americanófila que “fez a cabeça” das camadas conservadoras das elites brasileiras, de Juraci a Fernando Henrique cabe dentro das cabeças miúdas, mas não cabe mais na realidade econômica do país.

Portanto, caros e raros leitores e leitoras, essa é a visão que o nosso jornalismo econômico não lhes dá, para que possa ser compreendido nosso papel no jogo de forças mundial que, como ao longo de toda a história, é regido por dinheiro e poder.

É óbvio que não se toma aqui uma postura infantil de “yankees go home” até porque as boinas verdes vêm, com mais eficiência, na forma de notas verdes.

Mas, sim, de enxergar nossa política externa, nossa diplomacia, como a projeção dos nossos princípios e dos nossos interesses.

Talvez agora fique mais fácil entender porque o Brasil pode ter tanto peso no jogo de forças mundial e porque não é a republica bananeira que as nossas elites pensam que somos.

Concluo o raciocínio com que abri este post. Para pensar o Brasil, é preciso pensar o nosso tamanho. E ver que somos, entre as nações de um mundo que se divide em hegemonias, uma das poucas que pode aspirar a um destino próprio.

Os que rastejam jamais serão capazes de ver horizontes.


Por: Fernando Brito

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ministro da Defesa fala sobre Espionagem : “BRASIL É UM ALVO FÁCIL”

Em entrevista ao ‘Correio Braziliense’, o ministro da Defesa, Celso Amorim, alerta que o país está vulnerável a ataques cibernéticos e é necessário promover uma modernização tecnológica.

Por Tereza Cruvinel e Leonardo Cavalcanti

"SOMOS VULNERÁVEIS"

Ministro da Defesa afirma que apenas a tecnologia nacional pode garantir segurança cibernética e lamenta a novela dos caças.

As ações de espionagem da agência americana de segurança revelaram a fragilidade do Brasil na proteção a dados e informações. Se faltam garantias à privacidade, especialmente na internet, desprovida de qualquer regulamentação nacional, os primeiros passos vêm sendo dados na prevenção de ataques cibernéticos, parentes mais perigosos da espionagem. A partir de vírus e outras armas digitais, podem destruir tanto as estruturas militares de defesa como aeroportos, hospitais ou hidrelétricas.

Nesta entrevista, o ministro Celso Amorim fala sobre os avanços da política de defesa, num país que nunca levou tal coisa a sério, fazendo uma constatação e uma advertência: na defesa cibernética, estamos na infância. Mas como os outros países também estão, nosso ponto mais vulnerável hoje é o espaço aéreo, pela falta de aviões caça.

-Em relação às ações de espionagem dos EUA, poderia ter havido alguma ação preventiva? Qual é o papel do Ministério da Defesa na segurança de informações?

Acho que, no Brasil, isso ainda não está definido. Em alguns países, existe um órgão específico. O Ministério da Defesa responde pela defesa cibernética, que é a defesa da Defesa nacional, digamos assim. Por ora, o que a nossa defesa cibernética pode fazer é algo ainda muito pontual. Estamos ainda na infância, não há como negar, mas não somos somente nós. Os países europeus também começaram a se preparar recentemente. Uns em 2010, outros em 2011... Até mesmo o anterior secretário de Defesa, Leon Panetta, chegou a dizer que os EUA estavam sujeitos a um “Pearl Harbor cibernético”. Dito isso, em nossa “Estratégia Nacional de Defesa”, desde 2008, a defesa cibernética é área estratégica. Em 2010, um núcleo começou a funcionar no Exército, dando origem ao “Centro de Defesa Cibernética”, criado em 2012. Outras áreas do governo têm outras preocupações. Por exemplo, com a criptografia, que é de responsabilidade da ABIN.

-A defesa cibernética, então, não busca defender diretamente a sociedade…

Indiretamente sim, porque se os militares não estiverem preparados, não poderão defender a sociedade. O Centro já foi empregado, de forma pontual, na proteção a grandes eventos, como a “Conferência Rio+20”, a visita do papa, a “Copa das Confederações”. Tratava-se ali da defesa contra hackers ou crackers, ou eventualmente um país que desejasse atacar. Nessas ações pontuais, o “Centro de Defesa Cibernética” foi um pouco além da defesa militar, coordenando a ação de um conjunto de órgãos. Ele precisa evoluir, criar capacidades, talvez uma escola de defesa cibernética. Por que digo que é importante formar capacidades? Hoje, a tendência é comprar softwares importados, mas eles não vão garantir nossa defesa. Precisamos desenvolver tecnologia brasileira. Isso leva tempo, demanda investimentos, formação de pessoal e mudança de cultura. As pessoas acham mais fácil trabalhar com o que já existe, já conhecem. Mas, quando se trata da defesa e das redes do governo, só a tecnologia nacional pode garantir segurança máxima. Veja o caso da criptografia. Ela depende de um componente, o “gerador de chaves”, que é importado. E ele pode ser sabotado.

-Foi uma surpresa a descoberta de que a agência americana atuou no Brasil da forma descrita? O senhor caracteriza a espionagem como um ataque?

Precisamos tomar cuidado com as palavras, mas óbvio que isso é intrusão. Uma intrusão em nossa soberania. Em geral, você reserva a palavra ataque...

-Usei a palavra porque o senhor fez uso dela em sua resposta, ao falar da “Rio+20”...

Na “Rio+20”, procuramos nos defender de ataques. Ou seja, de alguém que tentasse, por exemplo, interferir na rede. O que houve no Irã, onde a inoculação de um vírus destruiu as centrífugas nucleares, foi um ataque cibernético. Perguntar se a espionagem é ataque é como perguntar se a espionagem é parte da guerra. Pode ser ou não. Não sendo, não deve, por isso, ser tolerada. Os desafios são dois, interligados, mas distintos. Um é proteger a informação, impedindo que agentes externos interceptem as comunicações, seja entre as pessoas, seja dentro do governo. Outro é proteger a Defesa contra ataques de vírus e outras armas que também podem afetar redes elétricas, hospitais, aeroportos, tornando-se, no limite, armas de destruição em massa. Mas agora, o que nos despertou foi a espionagem. Se ficamos surpresos? Com a escala e a desfaçatez com que foi feita, sim. Espionagem sempre houve, mas com discrição. Não foi surpresa absoluta, mas chocou.

-O Brasil gasta pouco com a defesa cibernética?

O orçamento do Centro, este ano, é de R$ 90 milhões. Os outros países, com exceção dos EUA, não gastam muito mais. Talvez três ou quatro vezes mais, não chegando à casa dos bilhões. A Marinha faz alguma coisa em sua área, a Aeronáutica também, a ABIN investe em criptografia.

-Em relação à espionagem, qual órgão deveria ter atuado?

Não há um único órgão que deveria ter respondido. Eu fui, talvez, a primeira pessoa do governo a dizer que somos vulneráveis. Mas não é só o Brasil, é o mundo inteiro. Se o secretário de Defesa americano diz que os EUA estão sujeitos a um “Pearl Harbor cibernético”, todos os países, de alguma maneira, são vulneráveis. Há muitas coisas sendo feitas fora do âmbito da Defesa. Aspectos legais e penais, privacidade, internet. Uma providência muito importante é o novo satélite, que nós mesmos vamos gerenciar. Outros ministérios estão tomando medidas para proteger a sociedade e o Estado. Agora, se houver ameaça de ataque aéreo ou cibernético, isso é com a Defesa.

-O senhor diz que só a tecnologia nacional garante a segurança. Por quanto tempo, então, ficaremos reféns da tecnologia estrangeira?

Não sei por quanto tempo, mas não apenas nós somos reféns. Não vamos fazer um drama, como se só o Brasil vivesse essa situação. Na América Latina, somos, sem dúvida, o país mais avançado nessa área. Estamos descobrindo coisas, mas precisamos formar pessoas e conservá-las. Frequentemente, ficamos sabendo de alguém que deixou o governo para ganhar mais numa empresa privada. É um problema que temos de enfrentar.

-A evasão de cérebros foi tema de uma reportagem do “Correio” há cinco meses. Existe alguma forma de contê-la?

Os números que vejo publicados são um pouco inflados. Às vezes, misturam algumas coisas. A carreira militar, para a maioria, termina na patente de coronel. A saída de alguém nesse posto ou pouco antes não pode ser considerada evasão. O mesmo vale para um capitão-de-mar-e-guerra, se ele avaliou que não chegaria a almirante e aceitou a proposta de uma empresa privada. Isso existe em outras áreas, mas não intensamente na Defesa, embora preocupe. Tanto é que os militares, com os professores, tiveram aumento diferenciado. O governo entendeu essa necessidade.

-Na escala dos riscos, qual é hoje a maior vulnerabilidade brasileira em matéria de segurança?

Temos programas importantes sobre os quais estamos tomando as medidas possíveis. Por exemplo, o do submarino nuclear da Marinha e o cargueiro a jato da Embraer, o KC-390, que pode vir a ser o grande substituto do Hércules C-130. Eles podem se tornar alvo por razões estratégicas ou econômicas, ou uma mistura de ambas. Se me perguntarem se temos 100% de segurança, direi que não. Eliminar totalmente os riscos, talvez nem os EUA consigam.

-E a questão dos caças? Há 10 anos esse assunto espera uma solução. A falta deles também deixa o país mais vulnerável?

Essa é uma prioridade indispensável para evitar a vulnerabilidade. Todos temos consciência disso, inclusive a presidente, que lida com todas as outras prioridades do país, como saúde, educação, transporte público... Mas, na área de Defesa, afora cibernética, que será um esforço de médio e longo prazo, nosso ponto mais fraco é a nossa defesa área, em função do problema dos caças.

-O senhor está otimista?

Sim. Acho que, se a pessoa não for otimista, a não ser que tenha outro tipo de interesse, que não é o meu caso, não deve exercer cargo público. Sou otimista no sentido de que poderemos avançar em algumas coisas, em algumas mais, em outras menos. Os grandes programas da pasta têm sido preservados, como o do submarino e o do avião de transporte. No ano passado, houve uma grande troca de material rodante e a aquisição de blindados para o Exército. Isso foi importante. A Avibras vai muito bem, tem até exportado. Mas nem tudo, é claro, foi possível fazer.


-Existem informações de que a Bolívia tem aumentado o número de militares na fronteira. Como está a política de defesa das fronteiras?

O Brasil tem quase 17 mil km de fronteira. É inimaginável protegê-la só com seres humanos. É preciso combinar a presença física com a proteção tecnológica. Isso envolve satélite, comunicações, equipamentos, sob a coordenação do SISFRON (Sistema de Vigilância das Fronteiras, do Exército). Realizamos, com frequência, a “Operação Ágata”, com emprego de grandes efetivos nas fronteiras. Em 2011 e em 2012, fizemos três operações anuais, com duração de 15 a 20 dias. Este ano, como tínhamos que proteger a “Copa das Confederações” e a visita do papa, fizemos uma só, mas com o dobro do efetivo, cerca de 20 mil homens cobrindo toda a fronteira. Temos aviões de detecção, munidos de radares importados, e estamos desenvolvendo radares nacionais. O mesmo esforço está sendo feito em relação à faixa marítima.

-E a parceria que o senhor propôs à Argentina em defesa cibernética?

Eles enviarão uma equipe, ainda este ano, para ver o que estamos fazendo. A Argentina é mais próxima e mais avançada nisso, o que permite uma cooperação mais imediata, sem descartar a cooperação regional.

-O problema dos vetos da ida de parlamentares ao DOI-Codi no Rio está resolvido?

Não houve vetos, houve mal- entendido. Tanto quanto posso dizer, está resolvido.

-A Procuradoria-Geral da República pediu a retirada do crime de pederastia do código militar. O senhor tem acompanhado isso?

Já demos parecer aqui para a retirada das expressões pederastia e homossexualismo. Não há problema quanto a isso.

-E quanto à proibição do casamento entre militares durante o curso de formação?

Vocês já perguntaram demais…”

FONTE: reportagem de Tereza Cruvinel e Leonardo Cavalcanti, do “Correio Braziliense”

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O MAIOR SEGREDO DE JB ESTÁ PERTO DO FIM

megacidadania.com.br

segredo
O MAIOR SEGREDO DE JB ESTÁ POR UM FIO
O comportamento truculento de Joaquim Barbosa tem como base, dentre outros motivos, EVITAR que seja esclarecido o fato de seu filho Felipe Barbosa ter mantido relação com a empresa Tom Brasil que está sendo investigada no inquérito 2474 no próprio STF.
Tom Brasil MV 2474
SITUAÇÕES REVELADORAS
Joaquim Barbosa atuou como relator deste inquérito 2474 por mais de seis anos e o manteve no mais absoluto sigilo e nem os demais ministros tiveram ciência do conteúdo deste procedimento, o inquérito 2474, que é paralelo à AP 470.
Após ler com atenção a postagem do blog VIOMUNDO (link abaixo), é possível se montar o quebra-cabeça com facilidade. http://www.viomundo.com.br/denuncias/joaquim-barbosa-e-antonio-fernando-de-souza-faltaram-com-a-verdade.html
É importante ler também o que divulgou a jorrnalista Maria Inês Nassif http://dc-5bfcb017.projetobr.com.br/blog/luisnassif/processo-contra-claudio-de-castro-vasconcelos-anda-devagar
Acrescente-se o fato de que por solicitação da PGR/MPF, Joaquim Barbosa manteve neste inquérito 2474 o Laudo 2828, em SIGILO (inclusive sem o conhecimento dos demais ministros), e só o incluiu na AP 470 após a decisão do plenário do STF em aceitar a denúncia. Joaquim Barbosa e a PGR/MPF sabiam que o Laudo 2828 contradiz a tese da denúncia (confira nos documentos ao final da postagem).
CRONOLOGIA DA AP 470 E OUTROS FATOS IMPORTANTES
 Cronologia AP 470 e 2474
JOAQUIM BARBOSA ATENDE DANIEL DANTAS
Todos que solicitaram vistas ao inquérito 2474 tiveram seus pedidos indeferidos por Joaquim Barbosa, mas uma pessoa teve a solicitação autorizada por Joaquim Barbosa, Daniel Dantas.
CONFIRA A AUTORIZAÇÃO DE JOAQUIM BARBOSA A DANIEL DANTAS
Joaquim Barbosa autorizou Daniel Dantas a ter vistas ao inquérito 2474
DD teve vista
EM QUE SITUAÇÃO SE ENCONTRA HOJE O INQUÉRITO 2474 ?
No dia 01/08 o advogado Marthius Sávio protocola no STF solicitação para ter vistas aos autos do inquérito 2474.
ACESSE O LINK COM A ÍNTEGRA DA SOLICITAÇÃO DO ADVOGADO MARTHIUS SÁVIOhttp://www.megacidadania.com.br/jb-e-o-sigiloso-inquerito-2474/
No dia 02/08 é publicado (com data de 01/08) que o ministro Barroso é o novo relator do inquérito 2474.
O advogado Marthius Sávio em audiência com o novo relator conseguiu que ele percebesse a gravidade dos fatos.
No dia 14/08 o novo relator encaminhou despacho à presidência do STF.
CONFIRA ANDAMENTO DO INQUÉRITO 2474
Barroso encaminhada despacho a Joaquim Barbosa
Barroso relator
O MAIOR SEGREDO DE JB ESTÁ POR UM FIO
A suspeição e/ou impedimento de Joaquim Barbosa para atuar no julgamento da AP 470 fica evidente para qualquer pessoa que se depare com os dados que aqui estamos apresentando.
O blog Megacidadania conclama a sociedade brasileira a atuar democraticamente para que se impeça a consumação do ardil construído pela PGR/MPF (Antonio Fernando e Gurgel) e por Joaquim Barbosa.
JUSTIÇA SIM, "ardil" travestido de legalidade NUNCA MAIS.
ÍNDICE DOS DOCUMENTOS QUE SEGUEM DISPONIBILIZADOS ABAIXO
A introdução é um texto explicativo com a cronologia dos fatos;
O doc 1 está no inquérito 2245 (que "virou" AP 470);
O doc 2 está no processo da 12ª Vara de Brasília (Cláudio Vasconcelos): o PGR solicita o Laudo 2828/2006;
O doc 3 está no processo da 12ª Vara de Brasília (Cláudio Vasconcelos): JB encaminha Laudo 2828, como relator do inq. 2474 (paralelo e sigiloso);
O doc 4 está no inq. 2474 (resposta de JB dizendo q o q existe neste inquérito não tem nada a ver com a AP 470).

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Internautas alemães elogiam Dilma por cancelar viagem aos EUA e criticam Merkel

Atitude da brasileira é considerada correta pela maioria dos leitores em sites de notícias alemães. Vários dizem esperar postura semelhante da chanceler federal Angela Merkel em relação a programa de espionagem dos EUA.
A chanceler alemã Angela Merkel (e) e Dilma durante visita da presidente brasileira a Hannover, em 2012
A chanceler alemã Angela Merkel (e) e Dilma durante visita da presidente brasileira a Hannover, em 2012
Anunciado às vésperas da eleição na Alemanha, o cancelamento da viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, prevista para outubro, gerou manifestações de apoio dos internautas alemães nesta terça-feira (17/09) e acabou sendo comparado por eles à reação de líderes alemães às denúncias de espionagem da agência americana NSA.
A notícia foi muito comentada nos sites Tagesschau.de (de um dos principais telejornais do país) e Zeit.de (maior jornal semanal alemão). A maioria dos internautas elogiou a posição de Dilma e disse esperar postura semelhante da chanceler federal Angela Merkel.
No site do Tagesschau, um usuário escreveu: "Esta é a melhor reação". Outro escreveu, em português, "muito obrigado". "Merkel, Pofalla [chefe de gabinete da chanceler] e Friedrich [ministro do Interior] poderiam/deveriam aprender com a senhora Rousseff", afirmou outro.
Um usuário especulou que Merkel também pode ter sido espionada. "Ela iria exigir uma desculpa de Obama e adiar por tempo indeterminado uma viagem a Washington, até que tudo estivesse perfeitamente investigado e esclarecido? Inimaginável", lamentou.
No site do Die Zeit, um usuário disse esperar em vão reação semelhante da Alemanha. Outro criticou o comportamente "vergonhoso" dos políticos europeus, que tentam "minimizar o escândalo".
Alguns usuários também criticaram o fato de a imprensa alemã, de um modo geral, ter dado pouco destaque à notícia sobre a presidente brasileira.
As denúncias feitas pelo ex-colaborador da NSA Edward Snowden também envolveram a Alemanha, que teria sido alvo da espionagem dos EUA. As denúncias geraram indignação entre a opinião pública alemã e motivaram uma viagem do ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, aos Estados Unidos. Mais tarde, ele declarou num debate na televisão que os Estados Unidos não espionam a Alemanha.

Aécio preferia tirar o sapato nos EUA

Por Altamiro Borges

Aécio Neves não gostou da decisão da presidente Dilma Rousseff de cancelar a visita oficial a Barack Obama, o chefão da espionagem internacional. “Todos nós já demonstramos a nossa indignação em relação à espionagem havida. Ela é inadmissível. Mas seria muito mais adequado que a presidente dissesse isso objetiva e claramente ao presidente americano e aproveitasse a viagem não apenas para enfrentar esta questão, mas para defender os interesses da economia e, até mesmo, de determinadas empresas. Era a oportunidade de a presidente ter uma agenda afirmativa em defesa dos interesses do país. Ela opta mais uma vez por privilegiar o marketing”, afirmou o cambaleante presidenciável tucano.


O anúncio do cancelamento da visita foi feito nesta terça-feira. Em nota oficial, a presidenta Dilma afirmou que “o governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua”. Mas, de forma altiva, enfatizou: “As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos... Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada”.

De imediato, o presidente nacional do PSDB reagiu à decisão. Para Aécio Neves, ela é pura jogada de “marketing”. Ele preferia os tempos de FHC, quando o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, tirava os sapatinhos para ser apalpado quando chegava aos aeroportos dos EUA, num gesto de subserviência patético. No triste reinado dos tucanos, o Brasil adotou a política do chamado “alinhamento automático” com o império. Ela quase resultou na assinatura do acordo neocolonial da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e na cessão da base militar de Alcântara (MA) para as forças armadas dos EUA. Foi também neste período que a espionagem ianque foi aceita sem alardes e objeções.

O senador mineiro várias vezes já disse e escreveu que discorda da política externa mais altiva dos governos Lula e Dilma, que garantiu maior projeção internacional ao país. Ele costuma rotulá-la “terceiro mundista” e “bolivariana”. Para ele, o Brasil deveria retomar a política do “alinhamento automático” com os EUA, rompendo as relações privilegiadas com os países do Brics e os esforços da integração latino-americana. No seu sonho presidencial, cada dia mais distante, Aécio Neves talvez também gostaria de tirar os sapatinhos nos aeroportos dos EUA.

campo de libra e a espionagem


chin

Ontem à noite a Agência Reuters confirmou o que este blog antecipou há duas semanas: a Petrobras articula uma associação com a chinesa Sinopec para vencer o leilão dos 70% do Campo de Libra, o maior do pré-sal, no dia 21 de outubro.
Segundo a agênciaa participação dos chineses se daria  através da portuguesa Galp e da espanhola Repsol, “que podem compor um consórcio com a Petrobras, afirmaram à Reuters fontes com conhecimento direto do assunto”. A Sinopec já tem forte participação nas subsidiárias das duas no Brasil.
Diz a reportagem:
“A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, conversou com executivos da Sinopec em viagem recente à China, disseram duas fontes à Reuters, na condição de anonimato.
“Parece que ela convenceu os chineses a participar do leilão, porque, após sua ida à China, a Sinopec mudou de ideia… Eles não queriam entrar no leilão antes dessa visita”, afirmou uma das fontes.
A viagem da presidente da Petrobras à China durou cerca de dois dias e ocorreu há aproximadamente um mês.”
A viagem ocorreu, mas a história não é essa.
Claro que, por tudo o que já se explicou aqui, os chineses querem petróleo até na Lua, se houver. Não apenas precisam dele para mover sua expansão industrial e urbana como precisam diversificar suas fontes – Oriente Médio, Venezuela e Angola – para conseguir estabilidade política e financeira.
Toda a questão está no arranjo de negócio, que eles querem ser o mais possível comprometido com a venda de petróleo futuro.
Foi por isso e na condição de emissária do Governo brasileiro e, mais, da própria presidenta Dilma Rousseff, que Graça foi à China.
Algumas pessoas não estão compreendendo duas obviedades.
A primeira é a de que a Petrobras precisa de aporte de capital para explorar um campo de oito, talvez até doze bilhões de barris, porque já está comprometida com um programa de investimentos próprios que soma US$ 280 bilhões em quatro anos.
É óbvio que ela terá de explorar todas as conjunções geopolíticas para conseguir esse capital com o menor custo e sem perder a hegemonia  no consórcio exploratório. E a China é a melhor delas. Eles estão ciscando, tanto que a outra estatal chinesa a CNOOC, entrou e depois saiu do leilão anterior e já comprou os editais de Libra. CNOOC e Sinopec agem separadamente, mas ambas seguem as decisões do governo chinês.
E é com o governo chinês que o acordo, operado via empresas, se dará. Ninguém sabe o formato definitivo do negócio e se haverá também a participação de outras empresas – fala-se muito na norueguesa Statoil, estatal como o nome indica.
A segunda obviedade é que o leilão de Libra não é o de concessão de uma estradinha qualquer. Terá regularidade técnica, jurídica e econômica, mas não vai sair, como dizia a minha avó, no vai da valsa.
 Reuters diz que Graça Foster afirmou “que somente duas pessoas conhecem a estratégia completa da Petrobras para a licitação da área de Libra: ela e o diretor de Exploração e Produção, José Formigli”.
Faltou a terceira pessoa, que está examinando isso quase todo santo dia e que define até onde vai – e vai longe – a ousadia com que a Petrobras vai encarar o leilão.
Dilma Vana Rousseff, presidenta do Brasil.
Por: Fernando Brito

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Espionagem total dos EUA contra o Brasil - Querem saber o quê?


Ao expor a política de duas caras dos EUA na América Latina, Snowden acertou golpe tão devastador, que de agora em diante, até o fim de seu segundo mandato, Obama sempre aparecerá marcado como hipócrita e mentiroso, nos contactos com seus parceiros latino-americanos.


A primeira visita de estado da presidenta Dilma Rousseff aos EUA deve acontecer dia 23/10. A preparação para essa visita foi obscurecida pelas revelações de Edward Snowden. Documentos sugerem que o Brasil é o país, de todo o hemisfério ocidental, no qual o trabalho de inteligência dos serviços de segurança dos EUA é mais ativo. Segundo informações vazadas para a mídia, os norte-americanos interessam-se por tudo – da estratégia de desenvolvimento das Forças Armadas e os conteúdos de seus programas de cooperação técnico-militar com China, Rússia e Índia, à vida pessoal de líderes políticos e comandantes militares brasileiros. E grande parte do trabalho é tentar encontrar imundícies que envolvam a presidenta Dilma e as figuras de seu círculo mais próximo…
Em décadas recentes, Washington tem considerado o Brasil como seu principal rival na região; o acelerado desenvolvimento do país em setores como modernas tecnologias, energia, indústria de defesa e tecnologia espacial ao longo dos últimos 20-25 anos, levou a vasta maioria dos países latino-americanos a consolidarem-se em torno do Brasil. O projeto de integração pan-americano concebido pelos EUA, o Free Trade Agreement of the Americas (FTAA) [Acordo de Livre Comércio das Américas] fracassou espetacularmente durante a Cúpula das Américas, na cidade argentina de Mar del Plata em 2005. Brasil, Argentina, Venezuela e outros países do continente disseram “não” a Washington e, em seguida, puseram-se a trabalhar na direção de uma verdadeira integração latino-americana. O Brasil tem papel legítimo de liderança na região, posto que, diferente dos EUA, jamais atuou como “polícia regional”.
Se a visita do secretário de Estado John Kerry ao Brasil, antes da fuga de Snowden e antes da visita de Rousseff a Washington, foi em larga medida visita organizacional, agora a agenda está praticamente concentrada em torno da questão da espionagem norte-americana. Não é difícil entender a indignação dos brasileiros. Por um lado, Washington continua a reiterar que o Brasil é seu principal aliado na América Latina; por outro, está sequestrando segredos militares do país e copiando correspondência da presidenta, dos ministros de Defesa e Relações Exteriores e de outros altos funcionários responsáveis por importantes decisões. Com que finalidade? Só para saber? Ou tenta reunir material que possa ser usado para intimidar o mais alto nível do governo do Brasil, no caso de surgirem impasses graves nas relações bilaterais? Em alguns países da África, Ásia e da Europa Oriental, o método deu certo. Obama talvez conte com repetir aqueles “sucessos” também nos contatos com o Brasil.
Dia 5/8/2013, os ministros de Relações Exteriores dos países do Mercosul reuniram-se com o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, para manifestar preocupação e indignação contra ações dos norte-americanos nas operações de ampliação de seu sistema de espionagem global. O ministro venezuelano, Elias Jaua, falou em nome dos ministros regionais: “Essa prática é completa violação da legislação internacional e da soberania dos países e agride os direitos fundamentais de todos os seres humanos, em todo o planeta.” Todas as organizações regionais, inclusive a CELAC (Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe) e a UNASUR (União das Nações Sul-americanas), também manifestaram seu protesto. E a ação avançará além dos protestos. Nos próximos dois ou três anos, o Brasil e outros grandes países líderes na América Latina planejam criar canais independentes de comunicação eletrônica, com servidores localizados fora de território americano. E tomar-se-ão medidas preventivas, que protegerão esses canais contra qualquer intrusão hostil.
Washington deu algumas explicações relativas à espionagem contra o Brasil, que o ministro de Relações Exteriores Antônio Patriota considerou insuficientes. Em resposta, o Departamento de Estado convidou-o, com outros funcionários brasileiros, para visitarem os EUA e verificarem in situ o trabalho da Agência de Segurança Nacional, evidentemente, para convencerem-se de que o Brasil não estaria sob vigilância eletrônica. Na superfície, é gesto de boa-vontade. Na realidade, a suposta abertura visa a objetivos de propaganda: “Temos feito o possível para tranquilizar nossos aliados ao sul do Rio Grande”. Vãs esperanças. Nenhum dos aliados dos EUA na região está tranquilo.
Ao expor a política de duas caras dos EUA na América Latina, Snowden acertou golpe tão devastador, que de agora em diante, até o fim de seu segundo mandato, Obama sempre aparecerá marcado como hipócrita e mentiroso, nos contatos com seus parceiros latino-americanos.
O embaixador dos EUA no Brasil Thomas Shannon está para deixar o posto, de onde partirá sem glória. Tentou posicionar-se como político versátil, objetivo e responsável, disposto a diálogo construtivo. Ao final, verificou-se que Shannon em nada se diferencia da “geração império” de diplomatas norte-americanos, ativos durante os governos de George W. Bush e Barack Obama. Declarem o que declararem, prometam o que prometerem e garantam o que garantirem… tudo muda quando se trata de promover os objetivos da política externa intervencionista dos EUA. Então se desdizem e abandonam qualquer promessa, qualquer compromisso.
Esse hábito de mentir abertamente que o Departamento de Estado dos EUA desenvolveu ao longo dos últimos 20 anos e o desejo assumido de fazer tudo a seu modo, a qualquer custo, agindo como superpotência ostensivamente capaz de fazer o que bem entenda, já causaram danos substanciais e continuam a prejudicar gravemente a diplomacia dos EUA.
Thomas Shannon é responsável por um fosso que corta hoje as relações entre Brasil e Venezuela, dedicado durante anos a convencer [jornalistas e formadores de opinião] brasileiros de que “a ideologia populista de Chávez” acabará, mais dia menos dia, por desestabilizar o Brasil; e que melhor seria se o Brasil tivesse ali um regime politicamente mais moderado. De fato, nada faz, além de trabalhar para facilitar os movimentos de uma oposição-fantoche na Venezuela, financiada com dinheiro norte-americano e informação das agências norte-americanas de segurança, que sempre foi hostil a qualquer aliança entre Brasil e Venezuela. Essa política anti-Venezuela da Embaixada dos EUA no Brasil sempre foi mantida contra Hugo Chávez e prossegue contra o presidente Nicolás Maduro, atualmente sob ataque.
Informação publicada no portal BAE-Mundo [1] mostra que Shannon, ainda como secretário de Estado assistente em 2009, enviou correspondência marcada “secreta” a Keith Alexander, diretor da Agência de Segurança Nacional, na qual lhe agradece pela inestimável ajuda na preparação da Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago. O Departamento de Estado dos EUA recebeu então mais de cem documentos da Agência de Segurança Nacional, obtidos por espionagem em gabinetes presidenciais e nos ministérios de Relações Exteriores de vários países do continente. Shannon agradece com especial ênfase, porque “os documentos da Agência de Segurança Nacional nos deram compreensão profunda dos planos e intenções de outros membros do fórum e garantiram que nossos diplomatas estivessem preparados para dar assistência qualificada ao presidente Barack Obama e à secretária de Estado Hillary Clinton”.
A informação ajudou Washington a planejar o curso de sua ação relacionada a questões complexas como a inclusão de Cuba na Cúpula das Américas. Também construíram ação estratégica, contra oponentes difíceis como Hugo Chávez. Na essência, foi estratégia de “promessas preventivas”! Resultado dela, Obama pôde fazer pose de líder disposto a iniciar diálogo com a América Latina para “construir relações positivas e produtivas” com os vizinhos dos EUA no Hemisfério Ocidental. “Nossos rivais na região” – Shannon escreveu com satisfação na carta ao diretor da Agência Nacional de Segurança – “preparavam-se para nos envergonhar e nos criar problemas. Mas conseguimos sucesso onde eles falharam.”
Divulgou-se recentemente que Liliana Ayalde,[2] com seus quase 30 anos de experiência no campo internacional, foi nomeada nova embaixadora dos EUA no Brasil. Não é difícil identificar o viés que marca toda a carreira dela: elos muito íntimos com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (orig. United States Agency for International Development, USAID), com foco na América Latina e Caribe. Essa organização trabalha em contato direto com a CIA, a Agência de Inteligência da Defesa e outras agências de inteligência dos EUA, tradicionalmente para dar “cobertura” a Ayalde em suas operações. Como diretora de missão da USAID, Ayalde atuou na Nicarágua e em outros países da América Central, e esteve envolvida na implementação do “Plano Colômbia” – cujo mais importante objetivo foi impor pressão estratégico-militar sobre a Venezuela e o Brasil.
De 2008 a 2011, Ayalde foi embaixadora dos EUA no Paraguai, e teve participação significativa no golpe que derrubou o presidente Lugo.
Nos últimos dois anos, Ayalde trabalhou como vice-secretária assistente do Departamento de Estado, para o Caribe, América Central e Questões Cubanas. Não há dúvidas de que Ayalde vai para o Brasil para introduzir agressivamente, nos círculos do governo [e da mídia], seu relacionamento hostil com o governo de Raúl Castro, uma vez que, como se sabe, a presidenta Dilma Rousseff, como o antecessor, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, veem Cuba como aliado chave do Brasil no Caribe.
O número dois na equipe da embaixada, que ali estará para ser observado por Ayalde por dois anos, será Todd Chapman, recentemente retornado de missão no Afeganistão, onde cuidou da “coordenação do desenvolvimento e da economia”. A lista das universidades pelas quais Chapman é titulado, além da elitista Duke University, inclui o National Defense Intelligence College do Departamento de Defesa dos EUA. Estudou economia e temas de interesse para a inteligência, dentre os quais energia em geral, petróleo e gás, finanças e comércio internacional. Chapman trabalhou na Bolívia de 2004 a 2006; de 2007 a 2010 foi Chargé d’Affaires em Moçambique. Serviu em outras missões, muitas das quais envolveram elementos de improvisação. Chapman sempre foi mandado para áreas complexas, motivo pelo qual chega agora ao Brasil.
Há dúzias de empregados de agências de inteligência que servem hoje na embaixada e nos consulados dos EUA no Brasil. Um dos servidores do sistema da Agência de Segurança Nacional dos EUA de vigilância total opera no próprio prédio da embaixada em Brasília. É usado para interceptar a comunicação da presidenta, dos ministros, das agências brasileiras de segurança e do Parlamento brasileiro. Não importa que promessas John Kerry tenha feito durante sua estadia no Brasil ainda no início do “escândalo da espionagem”: nada mudará nos fronts da guerra clandestina que as agências de inteligência dos EUA fazem em todo o mundo. O exército invisível da espionagem total continua a operar.
*Strategic Culture http://www.strategic-culture.org/news/2013/08/15/the-us-all-out-espionage-against-brazil-to-what-end.html
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[1] Diário BAE (Argentina), em http://www.diariobae.com/seccion/mundo.html
[2] Há matéria em português em http://noticias.terra.com.br/mundo/obama-nomeia-liliana-ayalde-como-nova-embaixadora-dos-eua-no-brasil,b6cde81e2424f310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html [NTs].
Tradução: Vila Vudu

Valem embargos para sonegação de impostos? Ou vai sumir mais um processo da Globo?

globo1Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada, revela outro escândalo de sonegação bilionário da Globo.
Desta vez, desconto indevido no Imposto de Renda numa operação que entrou na mira da Receita Federal.
As empresas adquirem outras – frequentemente do mesmo grupo –  por um preço maior do que o razoável, contando com uma valorização futura. Abatem isso como despesa – “ágio” – e reduzem a base para cálculo do Imposto de Renda.
No caso da Globo, isso resultou numa “economia tributária” de R$ 713 milhões entre 2005 e 2008.
globo2Uma das cobranças contestadas pela Globo e negada pela Receita é a mora  - atraso no pagamento – que eleva este valor para algo perto do dobro do valor, porque em débitos fiscais o fator de correção é a taxa Selic, aquela mesmo que a Globo vive pedindo para ser mais alta.
A bem da verdade, a Globo não está só nesta maracutaia: Gerdau, Camargo Corrêa, Santander e Oi, juntas, foram autuadas em R$ 11 bilhões.
Usam por base uma lei, a nº 9.532, de 1997 – editada por Fernando Henrique Cardoso – ora, por quem mais seria? - como um meio de incentivar as privatizações daquela época – permite que o ágio seja registrado como despesa no balanço das empresas e amortizado, em no mínimo cinco anos, da base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Mas, de uns tempos para cá, a Receita começou a glosar estes abatimentos quando as operações são entre empresas do mesmo grupo e não há desembolso. Ou seja, quando tudo é um artifício contábil.
Mas a Globo embargou, judicialmente, a cobrança. Vai discutir no Judiciário durante uma década, e com que poder!
Se este juiz não for…condescendente, amanhã outro pode ser. E vai caber recurso, recurso do recurso, recurso do recurso do recurso…
Mas desta vez não haverá – ou haverá? – uma boa alma transtornada que interrompa as férias, vá a repartição e, por uma simpatia espontânea e desprendida, enfie o processo na Globo na bolsa e dê sumiço nele, esticando assim o prazo do processo de cobrança.
E, como a cobrança da sonegação está questionada judicialmente, a Globo fica regular, formalmente, para mamar em publicidade os impostos que ela própria não paga.
Será que nesse caso, que a “opinião pública” não ficará sabendo – porque “a opinião que se publica” não o publica – a justiça brasileira estará ciosa dos que “assaltam os cofres públicos”?
No caso da sonegação fiscal da compra dos direitos da Copa, arranjaram um bode expiatório. Neste, vão arranjar?
Por: Fernando Brito

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"GRANDE MÍDIA": 10 FATOS PERTURBADORES

Por Sophie McAdam, no True Activism” (EUA)
“Jornal GGN - O site ‘True Activism’ criou uma lista de fatos a respeito da grande mídia de massa internacional, relacionados a casos recentes envolvendo jornalismo e poder.

Confira:
1. Grande mídia só existe para dar lucro

Qual o propósito da grande mídia? Dizer que a imprensa existe para informar, educar ou entreter é como dizer que a função principal da Apple é fazer com que a tecnologia possa enriquecer nossas vidas. Na verdade, a indústria de mídia de massa é igual a qualquer outra em uma sociedade capitalista: ela existe para dar lucro.
O “MediaLens”, site britânico que critica o jornalismo convencional (ou empresarial), afirma que todas as empresas, incluindo aquelas que lidam com a mídia, existem apenas para maximizar o retorno aos acionistas – uma “lei” universalmente aceita como algo divino, uma verdade incontestável. Sem agradar os acionistas e um conselho de administração, as empresas de mídia de massa simplesmente não existiriam. Assim que você entender isso, nunca mais verá as notícias da mesma forma.

2. Os anunciantes ditam o conteúdo

Como é que a busca do lucro afeta a notícia que consumimos? Corporações de mídia obtêm a maior parte - geralmente, em torno de 75% - de seu lucro com publicidade, o que significa que são os próprios anunciantes que ditam o conteúdo, não jornalistas. E certamente não são os consumidores. Imagine que você é editor de um jornal de sucesso ou de um canal de TV com altos índices de audiência. Você atrai receitas de grandes marcas e corporações multinacionais como a BP, a Monsanto e companhias aéreas dos Emirados Árabes Unidos. Como poderia, então, lidar com temas importantes, como alterações climáticas, alimentos geneticamente modificados ou desastrosos vazamentos de petróleo de uma forma que fosse honesta com seu público e favorável a seus clientes? A resposta é simples: não pode. Isso pode explicar porque Andrew Ross Sorkin, do jornal “The New York Times” – patrocinado pela “Goldman Sachs” –, é tão interessado em defender a corporação. Andrew Marr, correspondente político da BBC, resume o dilema em sua autobiografia: “A grande questão é se os limites de publicidade remodelam a agenda de notícias. Eles fazem isso, claro. É difícil fazer as somas somarem quando você está chutando as pessoas que assinam os cheques”.

3. Bilionários magnatas e monopólios de mídia ameaçam jornalismo de verdade

A monopolização da imprensa (pequenos grupos de indivíduos ou organizações que controlam partes crescentes dos meios de comunicação) está crescendo a cada ano, e isso é grave perigo para a ética e a diversidade. A política pessoal neoliberal do magnata da mídia Rupert Murdoch é repassada por seus 175 jornais e endossada por “especialistas” (vide “Fox News”) nos canais de TV que ele possui, 123 deles só nos EUA. Qualquer pessoa que não esteja preocupada com a visão de mundo desse homem, sendo consumida por milhões de pessoas em todo o mundo – dos EUA ao Reino Unido, da Nova Zelândia à Ásia, da Europa à Austrália – não está pensando suficientemente sobre as consequências.

É um monopólio abrangente, que não deixa dúvida de que Murdoch é um dos homens mais poderosos do mundo. Mas, como mostrou o escândalo de escutas telefônicas, ele certamente não é o mais honroso ou ético deles. Assim como não é Alexander Lebedev, um ex- espião da KGB e político que comprou o jornal britânico “The Independent” em 2010. Com tanta influência (o oligarca bilionário está envolvido em vários setores, desde bancos de investimentos a companhias aéreas), podemos realmente esperar que a cobertura de notícias dessa publicação, que já foi respeitada, vá continuar na mesma linha? Obviamente que não: o jornal que sempre carregou um banner em sua primeira página declarando-se “livre de preconceitos político-partidários, livre da influência do dono”, curiosamente o abandonou em setembro de 2011.

4. Imprensa corporativa está na cama com o governo

Além do óbvio, um dos fatos mais preocupantes que emergiu do escândalo dos grampos telefônicos de Murdoch foi a exposição de ligações obscuras entre altos funcionários do governo e magnatas da imprensa. Durante o escândalo, e ao longo do “Inquérito Leveson” sobre a ética da imprensa britânica (ou a falta dela), ficamos sabendo de encontros secretos, ameaças de Murdoch a políticos que não queriam atender o que ele queria, e que o primeiro-ministro David Cameron tem uma estreita amizade com o então editor-chefe do “Sun”, Rebekah Brooks. Como os jornalistas podem fazer o seu trabalho de manter os políticos prestarem contas quando eles estão de férias juntos ou sentam um ao lado do outro em jantares privados? 

Mas o apoio do governo funciona em ambos os sentidos. Cameron tentou ajudar o filho de Murdoch a vencer uma licitação para a “BSkyB”, enquanto que, bizarramente, o belicista ex-primeiro-ministro Tony Blair é padrinho de filha de Murdoch, Grace. Esse apoio bilateral também garante uma tendência esmagadora na cobertura de notícias e campanhas eleitorais, inundando jornais com artigos baratos e fáceis, de fontes governamentais inquestionáveis. Além da ausência de criticas contra quem está no poder. Essas conexões secretas também são responsáveis por grande parte da futilidade incessante da mídia corporativa ao falso patriotismo, especialmente em períodos que antecedem ataques contra outros países.

Uma interessante análise da cobertura da atual situação na Síria, pelo “New York Times”, por exemplo, demonstra como os jornalistas estão deixando de refletir sobre o sentimento público a respeito da questão de um ataque em grande escala contra Assad pelos EUA (Estados Unidos) e seus aliados.

5. Histórias importantes são ofuscadas por trivialidades

Você poderia ser perdoado por assumir que a parte mais interessante da situação de Edward Snowden, como denunciante, foi sua viagem de avião de Hong Kong para a Rússia, ou sua longa temporada de espera em um aeroporto de Moscou para alguém – ninguém – oferecer-lhe asilo. Isso porque, com a exceção do “The Guardian”, que publicou os vazamentos, em geral, a mídia tem preferido não se concentrar nas condenatórias revelações de Snowden sobre liberdade e tirania, mas sim sobre trivialidades banais – como sua personalidade e antecedentes, se sua namorada sente falta dele, se ele é realmente um espião chinês, e claro, nos lembrar do desenho “Onde está Wally?” e como ele cruzou o mundo inteiro como um fugitivo.

O mesmo poderia ser dito sobre a mudança de sexo de Bradley Manning que, convenientemente, ofuscou a enorme injustiça de sua sentença. E o que dizer de Julian Assange? Seu perfil na mundialmente respeitada rede BBC foi dedicado quase que inteiramente a manchar seu caráter, em vez de detalhar os profundos impactos do “Wikileaks” sobre nossa visão do mundo. Em todos os casos, as principais histórias são desviadas de nossa atenção, que fica perdida em um mar de curiosidades, e habilmente retiradas dos problemas reais que temos nas mãos: aqueles que, invariavelmente, o governo quer que esqueçamos.

6. A grande mídia não faz perguntas

Verifique suas fontes, cheque os fatos” são regras de ouro do jornalismo, mas você não iria supor que isso é feito a partir da leitura da imprensa ou de canais de TV corporativos. Neste momento, Obama está batendo os tambores para uma guerra contra a Síria. Após acusações dos EUA e do Reino Unido de que Assad foi o responsável por um ataque químico contra seu próprio povo, no mês passado, a maioria dos grandes jornais, como o “New York Times”, não exigiu provas do ataque em grande escala. Mas há várias boas razões para que os jornalistas questionem a história oficial. Em primeiro lugar, o jornal de extrema-direita britânico “The Daily Mail” publicou uma notícia, em janeiro deste ano, sobre vazamento de e-mails de uma empresa de armas britânica, mostrando que os EUA estavam planejando um ataque químico contra civis na Síria. Eles, então, culpariam Assad para obter apoio público para uma posterior invasão em larga escala. O artigo foi rapidamente apagado, mas uma versão em cache ainda existe.

Veja abaixo a carta (visualização difícil):

(e-mail/carta de uma empresa de armas britânica, publicado no “Daily Mail” e logo apagado)

Outra evidência recente atinge o inacreditável. Verificou-se que os produtos químicos usados para fazer o gás usados no ataque foram enviados do Reino Unido, e a inteligência alemã insiste que Assad não foi o responsável pelo ataque químico. Enquanto isso, um hacker ativista revelou evidências de envolvimento de agências de inteligência norte-americanas no massacre, que sugerem que houve uma conspiração tramada por potências ocidentais.
Não esqueça dos laços da mídia corporativa tanto com grandes empresas como com o governo antes de aceitar o que lhe é dito. Se o jornalismo está morto, você tem o direito e o dever de fazer suas próprias perguntas.

7. Jornalistas corporativos odeiam jornalistas reais

Michael Grunwald, correspondente do “Times”, tuitou que não podia esperar para escrever uma reportagem sobre quando um drone matasse Julian Assange. O escritor David Sirota sublinhou a ironia do fato: “Aqui temos a excitação expressa de um repórter sobre a perspectiva de o governo executar o editor de informações que se tornou a base para algumas das mais importantes informações jornalísticas da última década”. Sirota passou a notar vários exemplos do que ele chama de “jornalistas contra o Clube do Jornalismo”, e cita vários exemplos, como o colunista do “The Guardian”, Glenn Greenwald, que foi atacado pela imprensa corporativa por causa dos vazamentos feitos por Snowden.

Andrew Ross Sorkin, do “New York Times”, pediu a prisão de Greenwald, enquanto David Gregory, da “NBC”, declarou que Greenwald tem “ajudado e instigado Snowden”. Quanto à questão de saber se os jornalistas podem, de fato, ser francos, Sirota observa precisamente que tudo depende se suas opiniões servem ou desafiam o status quo, e, assim, passam à lista da hipocrisia dos críticos de Greenwald: "Grunwald tem dado opiniões barulhentas que orgulhosamente apoiam os ataques aéreos do governo e de vigilância. As opiniões de Sorkin promovem os interesses de Wall Street. David Broder (do “The Washington Post”) tinha opiniões que sustentavam, entre outras coisas, a agenda comercial do “livre” serviço corporativo do governo. Bob Woodward (também do “Washington Post”) tem opiniões de apoio cada vez maiores ao orçamento do Pentágono, que enriquece empreiteiros do setor de defesa. Jeffrey Goldberg (“The Atlantic's”) promove o complexo militar-industrial, e geralmente tem opiniões pró-guerra. Thomas Friedman (“New York Times”) tem as mesmas opiniões de todos os outros, promovendo o “livre” comércio, por exemplo. Essas vozes lealmente promovem os pressupostos não declarados que servem às estruturas de poder e que dominam a política americana. Todas as suas opiniões particulares não são sequer tipicamente retratadas como opiniões, pois geralmente representam "objetividade sem polêmicas”.

8. Má notícia vende, boa notícia é censurada, e fofocas de celebridades são questões importantes

É triste mas é verdade: uma má notícia realmente vende mais jornais. Mas por quê? Será que estamos realmente tão pessimistas? Será que saboreamos o sofrimento dos outros? Estamos secretamente felizes de que algo terrível aconteceu com alguém, que não seja nós? Lendo a imprensa corporativa como um alienígena em visita à Terra, você poderá achar isso. Geralmente, a cobertura de notícias é sensacionalista e deprimente como o inferno, com tantas páginas dedicadas a homicídios, estupros e pedofilia, mas nenhuma (ou muito poucas) para as centenas de milhares de boas ações e movimentos incrivelmente inspiradores que ocorrem a cada minuto de cada dia em todo o planeta.

As razões para consumirmos más notícias é perfeitamente lógica. Em tempos de paz e harmonia, as pessoas simplesmente não sentem a necessidade de educar-se, tanto quanto o fazem em épocas de crise. Essa é uma boa notícia para quem começava a se desesperar com a ideia de que os seres humanos são apáticos, odiosos e mudos. Poder-se-ia argumentar que esse fato preocupante e simples é um grande incentivo para a indústria da comunicação social para fazer algo que vale a pena. Ela poderia começar a oferecer um ângulo positivo e de esperança para uma mudança. Poderia usar períodos obscuros de maior interesse público para transmitir uma mensagem de paz e de justiça. Poderia refletir o desejo da humanidade por soluções e nossas preocupações urgentes com o meio ambiente. Poderia atuar como a voz de uma população mundial que sofreu bastante com violência e mentiras, para fazer campanha voltada à transparência, à igualdade, à liberdade, à verdade e à verdadeira democracia. Venderia jornais? Acho que sim. Poderiam até mesmo defender alguns políticos em nome do povo. Mas, para o futuro próximo, é provável que a imprensa corporativa só venha a desviar nossa atenção com outra foto da bunda da Rihanna, outro rumor sobre os hábitos de Justin Bieber ou outro artigo sobre Kim Kardashian usando saltos altos com os tornozelos inchados durante a gravidez. 

9. Quem controla a linguagem controla a população

Você já leu clássico romance de George Orwell, “1984”? Ele tornou-se uma referência-clichê na distopia de hoje, isso é verdade, mas com uma boa razão. Há muitos, muitos paralelos entre o futuro obscuro e imaginário de Orwell e nossa realidade atual, mas uma parte importante de sua visão se concentra na língua. Orwell cunhou o termo “novilíngua” para descrever uma versão simplista do idioma inglês com o objetivo de limitar o livre pensamento sobre as questões que desafiam o status quo (criatividade, paz e individualismo, por exemplo). O conceito de novilíngua inclui o que Orwell chamou de “duplipensar” – como a linguagem é construída de forma ambígua, ou mesmo invertida, para transmitir o oposto do que é verdadeiro. Em seu livro, o Ministério da Guerra é conhecido como o Ministério do Amor, por exemplo, enquanto o Ministério da Verdade lida com propaganda e entretenimento. Soa familiar?

Outro livro que investiga o tema mais profundamente é “Unspeak”, uma leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada em linguagem e poder e, especificamente, em entender como as palavras são distorcidas para fins políticos. Termos como “mísseis mantenedores da paz”, “extremistas” e “zonas livres”, as armas sendo referidas como “espólios”, ou eufemismos comerciais enganosos como “enxugamento” para redundâncias e “por do sol” para o extermínio – esses e centenas de outros exemplos demonstram como a linguagem pode ser poderosa. Em um mundo de crescente monopolização da mídia corporativa, aqueles que exercem o poder podem manipular palavras e, portanto, a reação do público, para incentivar o cumprimento, defender o status quo, ou provocar medo.

10. A liberdade de imprensa não existe mais

A única imprensa que está atualmente livre (pelo menos por enquanto) é a publicação independente, sem anunciantes corporativos, conselho de administração, acionistas ou diretores executivos. Detalhes de como o Estado redefiniu jornalismo são mencionados no item nº 7, mas o melhor exemplo recente seria o tratamento do governo ao “The Guardian” sobre a publicação dos vazamentos de Snowden.

É bom ressaltar que é possível que esse jornal jogue conosco, assim como qualquer outro – o “Guardian Group” não é peixe pequeno, afinal. Por outro lado, deveríamos achar difícil de acreditar que, depois da publicação dos arquivos da NSA, o editor Alan Rusbridge relatou o que foi dito pelas autoridades: “você já teve o seu divertimento, agora devolva os arquivos”; que os funcionários do governo invadiram a redação e destruíram discos rígidos, ou que o parceiro de Greenwald, David Miranda, foi detido por nove horas em um aeroporto de Londres sob a “Lei de Terrorismo”, e teve apreendidos documentos relacionados com a história contada pelo colunista?

O jornalismo, lamentou Alan Rusbridge, “pode estar enfrentando uma espécie de ameaça existencial”. Conforme escreveu o âncora da “CBS Evening News”, Dan Rather: “Temos alguns príncipes e condes hoje, mas certamente eles têm seus equivalentes modernos que buscam gerenciar a notícia, fazer fatos desagradáveis desaparecerem e eleger os representantes que estão a serviço de sua própria agenda econômica e social. A 'imprensa livre' não é mais um fiscal do poder. Ela foi transformada em parte do próprio aparato de poder”.

FONTE: escrito por Sophie McAdam, no site True Activism” (EUA). Transcrito no “Jornal GGN”

Lula defende governança global contra supremacia dos EUA

“Pode, por acaso, o senhor Obama e seu sistema de vigilância ficar bisbilhotando a conversa da nossa presidenta?”, perguntou o Nunca Dantes em evento da Carta Capital.
Saiu na Carta Capital:

“Qual foi o delito que a Dilma cometeu?”



Lula reage ao caso de espionagem, repudia ação militar contra a Síria e defende uma governança global para minimizar a supremacia americana

por Piero Locatelli

Em meio a um iminente ataque militar à Síria e a revelação de que os Estados Unidos espionaram autoridades brasileiras, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira 11 o estabelecimento de uma governança global para impedir a supremacia de um único país no planeta. Foi um recado ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, feito em sua fala durante o seminário “A democracia, a paz e a justiça social no Brasil e na África”, da série Diálogos Capitais.

“Precisamos levar a sério a discussão da democracia nesse mundo globalizado. Precisamos discutir a sério uma coisa chamada governança global. Pode, por acaso, o senhor Obama e seu sistema de vigilância ficar bisbilhotando a conversa da nossa presidenta?”

E ironizou: “Antes, era preciso ter dinheiro, pegar passaporte, fazer viagem de avião (para conhecer a realidade de outros países). Hoje qualquer sujeito numa sala em Nova York fica sabendo o que você está fazendo, em plena democracia. Cadê a decisão judicial que permite ouvir? Qual foi o delito que a Dilma cometeu? Sabe-se Deus se eles não estão gravando esse debate aqui.”

O ex-presidente repudiou uma possível ação militar contra a Síria. “Fiquei horrorizado com aquela imagem das crianças mortas (no subúrbio de Damasco). Foi uma coisa que eu gostaria de passar pela terra sem ver. Mas quem foi que disse quem fez aquilo?”

Lula citou o falso argumento dos EUA usado para atacar o Iraque em 2003. Lembrou que, na ocasião, não foram encontradas as armas químicas que motivaram a invasão. E questionou a intervenção americana na soberania de outros países. “Onde é que decidiu-se que deveriam invadir a Líbia?”, disse, em referência à ofensiva que tirou Muamar Kadafi do poder.

E foi além: “Os americanos sozinhos inventaram que o ouro não valia mais nada, que o padrão ia ser dólar, e que só eles iam ter a maquininha de fazer dólar. Quando é que o mundo vai discutir uma moeda mundial?”

Lula fez críticas também ao papel da ONU na condução da crise do Oriente Médio. “Eu não sei se o Ban Ki-moon já foi à Síria. Achei engraçado que vi outro dia no jornal: a ONU vai investigar armas químicas. E tinha a foto dos rebeldes. Quem é que dá as armas deles? Eu acho que, pelo bem da Síria, o (Bashar al) Assad estava bem na hora de ir embora. Mas democraticamente, para não acontecer o que aconteceu no Egito.” Foi aplaudido quando disse não haver hoje uma instância em que os governantes tenham o mesmo peso na tomada de decisões e citou a questão palestina como exemplo. “A mesma ONU que criou o Estado de Israel em 1948 não teve coragem de criar um Estado palestino?”



Clique aqui para ler “Putin e a Síria: o declínio de um império”.