quarta-feira, 30 de abril de 2014

Singelo tributo aos tucanos


Quem desmoralizou o STF foi o próprio STF

barbosa_holofote
Você pode discordar da porcentagem utilizada por Lula para definir o que foi o julgamento do Mensalão.
Lula falou em 80% de critérios políticos e 20% de critérios jurídicos.
O que não dá, a não ser que você seja um fanático antipetista, um caçador de petralhas, é discordar de que os juízes se pautaram muito mais pela política do que pela justiça em si.
O julgamento foi político do início ao fim. Você começa pelo empenho em juntar quarenta réus com um único propósito. Fornecer à mídia – visceralmente envolvida na politização do julgamento – a oportunidade de usar a expressão “Ali Babá e os quarenta ladrões”.
Outras coisas foram igualmente absurdas. Por que, em situações juridicamente semelhantes, Eduardo Azeredo do PSDB percorreu o caminho jurídico normal e os réus do Mensalão foram direto ao Supremo, sem chance, portanto, de outras instâncias?
E depois, como classificar a Teoria do Domínio do Fato, que dispensou provas para condenar?
E a dosimetria, pela qual, numa matemática jurídica abstrusa, condenados tiveram penas maiores do que o assassino serial da Noruega?
Num gesto cínico bizarro, o ministro Marco Aurélio de Mello disse que o STF é “apartidário” para rebater as afirmações de Lula.
Quem acredita nisso acredita em tudo, como disse Wellington. Um simples olhar para Gilmar Mendes – que até a jornalista Eliane Cantanhede num perfil classificou como tucano demais destroi o “apartidarismo”.
O STF se desmoralizou não porque Lula falou nos 80%, mas pelo comportamento de seus juízes.
Ou eles estavam zelando por sua honra e prestígio ao posar festivos ao lado de jornalistas “apartidários” como Merval Pereira e Reinaldo Azevedo, como se entre mídia e justiça não houvesse um problema de conflito de interesses?
E quando emergiram as condições em que Fux conquistou seu lugar no STF com o famoso “mato no peito” depois de uma louca cavalgada na qual se ajoelhou perante Dirceu?
A completa falta de neutralidade do STF se estenderia para além do julgamento. Como classificar a perseguição de Joaquim Barbosa a Dirceu e a Genoino?
E a tentativa de negar o direito aos chamados recursos infringentes fingindo que a Constiuição não previa isso? Apartidarismo?
Um argumento falacioso que se usa a favor do STF é o seguinte: mas foi o PT quem tinha indicado a maioria dos juízes.
Ora, então indicou mal, a começar por Barbosa, nomeado por Lula. Eles foram antipetistas estridentes a despeito de terem sido nomeados pelo PT.
Seria horrível se agissem como petistas, é claro. Mas foi igualmente horrível terem se comportado como antipetistas.
O que a sociedade queria, ali, era uma coisa chamada neutralidade, uma palavra muito usada hoje por conta do Marco Civil da internet.
Outro argumento desonesto é o que estica os dedos acusatórios para Lewandowski. Ora, Lewandowski não emplacou uma. Foi voto vencido sempre que se contrapôs à manada.
Entre os juízes da primeira leva, foi o único que se salvou, e isto provavelmente vai ficar claro quando a posteridade estudar o Mensalão.
Se pareceu petista foi porque o ar estava viciadamente antipetista. Era como no passado da ditadura: num ambiente tão anticomunista, todo mundo era comunista.
O STF é hoje um arremedo de corte suprema, mas por culpa sua, e apenas sua.
O Mensalão deixou claro, ao jogar luzes sobre o STF, que uma reforma na Justiça é urgente para que o Brasil possa avançar.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Como os grandes grupos de mídia recebem publicidade oficial sem a Certidão Negativa de Débitos

JORNAIS

Recebo de um colega que trabalhou como secretário de um município rico no estado de São Paulo um relato que reproduzo aqui.
FLM me contou de sua rica experiência com alguns grandes grupos de mídia e de sua surpresa com um dado: eles não precisam de Certidão Negativa de Débitos, a CND, para receber verbas públicas — no caso, de publicidade. A CND é necessária para qualquer fabricante de, digamos, pregos.
Como isso é possível? Porque eles usam agências com fichas limpas como intermediários.
A seguir, o relato de FLM:
Uma casa de abrigo de idosos na zona leste paulistana, região mais populosa e com carências sociais exacerbadas, corria o sério risco de fechar suas portas. Uma senhora aposentada, que assumiu a presidência da entidade mantenedora do abrigo no final do ano passado após desvios da diretoria passada, descobriu que o repasse mensal da verba ­­- fruto de um convênio com a prefeitura – foi suspenso pela falta da Certidão Negativa de Débitos, popularmente conhecida como CND, para quem recebe pagamentos de órgãos públicos.
Dona Julia contava com a solidariedade e a doação de comerciantes da região para continuar atendendo 70 idosos após constatar que a exigência da CND é uma barreira legal intransponível para receber o repasse mensal da prefeitura. Acórdãos das mais altas cortes e jurisprudência do Tribunal de Contas da União eram inquestionáveis diante do apelo social da senhora aposentada.
Afinal, o texto é claro e direto: o pagamento de verba pública está condicionado à regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), como, por exemplo, não existir débitos com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal.
Dona Julia não perdeu a esperança em recuperar a CND da entidade, cogitando até um empréstimo pessoal para quitar os impostos atrasados. Uma saída financeira a contragosto da família e sem nenhuma projeção de reembolso por parte da diretoria.
Mas o que diriam juízes das mais altas cortes, juristas e representantes do poder público se dona Julia apresentasse sua fatura para receber, mesmo sem a CND, sendo proprietária de um veículo de comunicação? Esqueçam os acórdãos e as jurisprudências, pois o valor seria pago legalmente por intermédio das agências de publicidade contratadas pelos órgãos públicos.
Dona Julia, representando agora uma confessa devedora de impostos, seria beneficiada por uma brecha legal. Os barões da mídia brasileira que fazem fortunas com verbas publicitárias públicas não precisam preocupar-se com a famosa CND para receberem suas gordas fatias.
Lembram-se da barreira legal intransponível? As agências de publicidade são uma espécie de trampolim para os veículos de comunicação. Não é bem um milagre, já que está escrito nos contratos dos órgãos públicos com as agências de publicidade.
A obrigação em manter a regularidade fiscal é da agência de publicidade, pois cabe somente a ela manter sua CND em dia para fazer o repasse milionário das verbas publicitárias públicas aos veículos de comunicação.
A senhora aposentada aprendeu como driblar as instransponíveis barreiras legais ao participar de um evento beneficente com a presença de vários barões da imprensa brasileira. 
Convidada a sentar em uma mesa com desconhecidos, logo reconheceu na figura de um empresário, ao seu lado, um famoso participante de recentes escândalos nacionais. Suspeitas de caixa dois, corrupção, sonegação fiscal e tráfico de influência em negócios com o poder público nunca foram problema para abastecer seu jornal de generosas verbas publicitárias governamentais.
Ao degustar um cálice de vinho do porto após a refeição, o empresário sentiu-se confortável para ensinar Dona Júlia. Direto e didático, como o curto espaço de tempo do homem de negócios exige, explicou que a exigência da CND só era problema para os contratos diretos de suas empresas com o Poder Público. No caso do jornal, só precisava publicar notícias negativas dos governantes que logo negociariam fatias maiores de dinheiro para diminuir a onda negativa.
Fatores técnicos, como tiragem do jornal, número de assinantes ou vendas em bancas ficam excluídos da negociação, já que o repasse de verbas atenderia o critério político, disse a Dona Julia. Mas e a exigência da CND para receber as verbas públicas?, reforçou a senhora, lembrando da sua angústia inicial.
“Não precisa, devo imposto em tudo que é lugar, tenho ações trabalhistas de ex-funcionários”, rebateu o empresário. “A agência de publicidade nos repassa o dinheiro e nossa única preocupação legal é demonstrar a publicação do anúncio com a verba pública”.
Ao chegar do almoço, Dona Julia convocou sua diretoria para anunciar mudanças de planos. Ela pretende, agora, abrir um pequeno jornal, na esperança de que possa receber uma pequena fatia da milionária publicidade pública.
O jornal seria mensal, com poucas páginas e nenhuma preocupação com o leitor ou a audiência. Afinal, a verba da publicidade seria revertida para manter aberto o abrigo de idosos, já que para sua entidade continua sendo impossível receber recurso público sem a famosa CND.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

O que FHC fez para (destruir) vender a Petrobrax

A estratégia tucana contra a Petrobras



Por Claudio Puty, no site da Fundação Mauricio Grabois:

Os tucanos passaram oito anos no poder tentando, de todas as formas, privatizar a nossa maior empresa, a Petrobras, criada em 1953 na esteira da campanha nacionalista “O petróleo é nosso”. Agora, a pretexto de investigar supostas irregularidades na compra, pela estatal, de uma refinaria em Pasadena (Texas) em 2006, a oposição procura enfraquecer a imagem da empresa, uma das maiores conquistas do povo brasileiro. Essa é a principal função da CPI pedida no Senado.

A estratégia antinacional traçada pelo Estado-Maior da oposição conservadora e levada a cabo pelo ‘general’ Aécio Neves é mostrar que os governos Lula e Dilma levaram a empresa à bancarrota. Entretanto, se nos dermos ao trabalho de comparar a desastrosa gestão da Petrobras durante a gestão FHC com os resultados obtidos por ela desde 2003, constataremos que a atual campanha da oposição não passa de cortina de fumaça para uma nova investida para a privatização da estatal. Tanto que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a defender essa medida, numa afronta à memória de seu tio, o general Felicíssimo Cardoso, um dos líderes da campanha pela criação da Petrobras.

O fato é que as ações de FHC no poder mostram coerência do tucanato com o ideário privatista. Em 1994, ainda como ministro da Fazenda de Itamar Franco, ele manipulou a estrutura de preços dos derivados de petróleo de forma que, nos últimos seis meses que antecederam a implantação do Plano Real, a Petrobras teve aumentos de combustíveis 8% abaixo da inflação, enquanto que as distribuidoras tiveram aumentos 32% acima da inflação. Com isso, houve uma transferência do faturamento da Petrobras para o cartel das distribuidoras, cerca de US$ 3 bilhões anuais. Já como presidente, FHC pressionou a Petrobras para que ela assumisse os custos da construção do gasoduto Brasil-Bolívia, obra que beneficiava a Enron e a Repsol, donas das reservas de gás boliviano.

Ocorre que a taxa de retorno do gasoduto era 10% ao ano e o custo financeiro, 12%, mas a Petrobras foi obrigada a desviar recursos da Bacia de Campos – com taxa de retorno de 80% – para investir nesse empreendimento. A empresa também teve que assinar uma cláusula que a obrigava a pagar pelo gás boliviano mesmo que não o comprasse. Com isso, pagou por cerca de 10 milhões de metros cúbicos sem ter conseguido vendê-los.

Em 1998 o governo federal impediu a Petrobras de obter empréstimos no exterior de emitir debêntures para a obtenção de recursos para novos investimentos. Ao mesmo tempo, FHC criou o Repetro (regime aduaneiro especial), isenção fiscal às empresas estrangeiras que importam equipamentos de pesquisa e lavra de petróleo, sem a devida contrapartida para as empresas nacionais. Com isso, cinco mil empresas brasileiras fornecedoras de equipamentos para a Petrobras quebraram, provocando desemprego e perda de tecnologia nacional.

Em 2000, o então presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, levou Pelé a Nova York para o lançamento de ações da Petrobras na Bolsa de Valores de Wall Street. O governo vendeu, então, 20% do capital total da estatal e, posteriormente, mais 16%, pelo valor total de US$ 5 bilhões. No mesmo ano, os tucanos privatizaram a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) por meio de troca de ativos com a Repsol argentina, do grupo Santander, braço do Royal Scotland Bank Co. Nessa transação, a Petrobras deu ativos no valor de US$ 500 milhões e recebeu ativos no valor de US$ 500 milhões. Soma zero? Não, porque os ativos da estatal brasileira eram avaliados em US$ 2 bilhões e os que ela recebeu passaram a valer US$ 170 milhões, em razão da crise financeira da Argentina. Nada simboliza melhor esse período nefasto do que o naufrágio da plataforma P-36, com 11 mortes e prejuízos de US$ 2 bilhões.

A privatização da Petrobras foi revertida pelos governos do PT, mas agora os demo-tucanos pensam ter encontrado o pretexto ideal para colocá-la novamente na agenda. Para desespero da oposição, os números representados pela estatal são a melhor arma contra a estratégia de desmoralização. A produção média mensal de petróleo na camada de pré-sal atingiu a marca de 387 mil barris/dia, novo recorde. A estatal também bateu recorde de processamento de suas refinarias, com uma média de 2.151 mil barris de petróleo por dia. E também foi recorde a produção de diesel e gasolina com baixo teor de enxofre, com 24 milhões de barris de diesel e 14,8 milhões de barris de gasolina. Em relação ao gás natural, a Petrobras ultrapassou, pela primeira vez, a barreira dos 100 milhões de metros cúbicos por dia (101,1 milhões).

* Claudio Puty é deputado federal (PT-PA) é vice-líder do governo no Congresso Nacional.

A direita levanta a cabeça



Ricardo Mello: Quantos votos teve a ministra Rosa Weber teve?
A direita levanta a cabeça
por Ricardo Melo, na Folha de S.Paulo
Os sinais estão à vista. A disposição de enxergá-los depende de cada um.
1- Numa afronta à democracia, a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber decide que a CPI da Petrobras tem que ser assim, e não assado. Pouco importa a decisão do Senado. A propósito, quantos votos teve a magistrada para imaginar que a opção de milhões de eleitores, que, mal ou bem, escolheram seus representantes no Congresso, vale menos que a dela?
2- A Petrobras aprovou uma compra mais do que polêmica de uma refinaria em Pasadena, nos EUA. Isso já é sabido de todos. Mas alguns detalhes são interessantes: o conselho que aprovou a operação reunia representantes do “mercado” e do governo. Uma espécie da tal parceria público-privada sonhada e idolatrada por 11 entre 10 teóricos neoliberais. Pois bem: onde foram parar nessa história toda Fábio Barbosa, Cláudio Haddad, Jorge Gerdau, expoentes do “empresariado” brasileiro que, com Dilma Rousseff e outros, aprovaram o negócio? Serão convocados a depor, ou deixa pra lá?
3- Num atentado às regras mais elementares da Justiça, o Supremo mantém encarcerado o ex-ministro José Dirceu em regime fechado, embora sucessivas sentenças do mesmo tribunal tenham condenado o réu a cumprir regime semiaberto. Aliás, Dirceu vive uma situação “sui generis”: foi condenado como chefe de uma quadrilha que, depois, o próprio Supremo concluiu que não existia.
4- Uma promotora do Distrito Federal, Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, com a maior sem-cerimônia, pede a quebra de sigilo telefônico não apenas de pessoas determinadas, mas de uma área geográfica que envolve o Palácio do Planalto, o STF etc., ao melhor estilo NSA de Obama. A desculpa oficial: apurar se José Dirceu usou ou não um celular na prisão –na qual, nunca é demais frisar, está detido ilegalmente. Qual a base para o pedido da sra. Corrêa? Denúncias informais, feitas por gente que não quis se identificar ou prestar um depoimento. Está certo que nossas faculdades de direito não são nenhuma maravilha, mas chegar a esse ponto para justificar a arapongagem desavergonhada é fazer pouco do mais ingênuo dos brasileiros.
5- Depois de anos e anos, o STF absolve o ex-presidente Fernando Collor da montanha de crimes de que era acusado. Detalhe: o processado sofreu um impeachment por causa daquelas acusações, de resto muito mais evidentes e escancaradas do que, por exemplo, as do chamado mensalão. Bem, o “caçador de marajás” foi deposto, lembram-se? Dona Rosa Weber vai querer devolver o cargo a ele?
6- Pouco tempo depois de confessar as atrocidades cometidas durante a ditadura militar, coronel reformado Paulo Malhães foi assassinado no Rio de Janeiro. Malhães é aquele que ensinou como sumia com vestígios das vítimas na época anterior aos exames de DNA.
Bastava tirar a arcada dentária, cortar os dedos para desaparecer com as digitais e lançar o cadáver, ou o que sobrou, num rio. Diante disso, não é preciso ser nenhum Eliot Ness para saber que a morte de Malhães foi uma queima de arquivo –como, aliás, ele próprio antecipou em seus depoimentos.
Dizem os compêndios: dias antes do golpe militar de 1964, lideranças pró-governo faziam pouco dos que alertavam para o risco de uma quartelada contra Jango Goulart. Uma das frases célebres: “Se a direita levantar a cabeça, ela será cortada”. Deu no que deu. As condições são diferentes, o mundo não é o mesmo, mas, pelo sim, pelo não, é sempre bom ficar esperto. Ou então esperar mais 50 anos para ouvir outra ladainha de “autocríticas”.

PML sobre procuradora do DF: O que queremos? Brincar de golpe?


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DIRCEU, HOMEM-TESTE
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog na Istoé.
Esforço de Joaquim Barbosa para impedir Dirceu de exercer um direito saiu do plano racional — e isso é mais perigoso do que parece
É inacreditável que, no Brasil de 2014, se tente levar a sério – por um minuto – o pedido de investigar todas ligações telefônicas entre o Planalto, o Supremo, o Congresso e a Papuda entre 6 e 16 de janeiro.
A rigor, o pedido de investigação telefonica tem um aspecto terrorista, como já disse aqui.
Implica em invadir poderes — monitorar ligações telefonicas é saber quem conversou com quem mesmo sem acessar o conteúdo da conversa — e isso o ministério público não tem condições de fazer antes que o STF autorize a abertura de um processo contra a presidente da República.
O que queremos? Brincar de golpe?
Criar o clima para uma afronta aos poderes que emanam do povo?
Quem leva a sério o pedido de monitorar telefones do Planalto, com base numa denúncia anonima, sem data, nem hora nem lugar conhecido — o que permite perguntar até se tenha ocorrido — nos ajuda a pensar numa hipótese de ficção cientica. Estão querendo um atalho atingir a presidente? Assim, com a desculpa de que é preciso apurar um depoimento secreto?
Nem é possível fingir que é possível levar a sério um pedido desses.
Por isso não é tão preocupante que uma procuradora do DF tenha feito tenha assinado um pedido desses. É folclórico, digno dos anais da anti-democracia e da judicialização.
O preocupante é a demora de Joaquim Barbosa em repelir o pedido. Rodrigo Janot, o PGR, já descartou a solicitação. Mas Joaquim permanece mudo.
O que ele pretende?
O que acha que falta esclarecer?
Indo para o terreno prático. Estamos falando de uma área por onde circulam milhares de pessoas, que mantém conversas telefônicas longas, curtas, instantâneas ou intermináveis com chefes, assessores, amigos, maridos, motoristas, namoradas, amantes…sem falar na frota de taxi, no entregador de pizza e no passeador de cachorro…
Monitorar quem ligou para quem?
Imagine. Num dia qualquer entre 6 e 16 de janeiro de 2016 uma jovem assessora do Senado, que trabalha de minissaia e namora um musculoso agente penitenciário na Papuda, resolve encontrá-lo para tomar um sorvete. Mas o rapaz não aparece. Ela liga para o celular do amor de sua vida. O namorado atende dentro de um ônibus que, naquele momento, se encontra parado no sinal vermelho em frente ao Planalto.
Três meses depois, aparece o grampo:
– Alô, Zé Dirceu na linha? Onde você está? Aqui é a Maça Dourada. Aquela, de 68. Lembra, na Maria Antônia….A gente não tinha marcado um encontro, 50 anos depois? Nossa turma tinha essa mania, lembra?
Está na cara que nada se pretende descobrir com uma investigação desse tipo. O que se pretende é ganhar tempo, como se faz desde 16 de novembro, quando Dirceu e outros prisioneiros chegaram a Papuda. Com ajuda dos meios de comunicação mais reacionários, os comentaristas mais inescrupulosos, pretende-se criar uma ambiente de reação contra o exercício de um direito típico dos regimes democráticos. Aguarda-se por uma comoção que impeça a saída de Dirceu. Você entendeu, né…
No plano essencial, temos o seguinte: Dirceu nunca deveria ter passado um único dia em regime fechado, pois jamais recebeu uma sentença que implicasse em pena desse porte após o trânsito em julgado.
Suas condições de detenção na Papuda se tornaram inaceitáveis a partir do momento em que ele – cumprindo as determinações legais à risca – conseguiu uma oferta de emprego para trabalhar em Brasília, obtendo a aprovação do Ministério Público e da área psicossocial.
No plano da investigação policial, temos o seguinte: nenhuma das possíveis alegações para impedir o exercício desse direito foi provada. Nenhuma.
O que mantém Dirceu na prisão?
Apenas a vontade política de negar um direito que a lei assegura a todos. Um pedido de monitoramento de milhares (ou centenas de milhares? Milhões?) de telefonemas expressa o tamanho dessa vontade delirante de castigar, de punir. Já se ultrapassou qualquer limite civilizado. E aqui entramos em nova área de risco.
Depois de passar por um campo de concentração do nazismo, e, mais tarde, conduzido a um campo soviético porque fazia oposição política a Josef Stalin, o militante David Roussett fez uma afirmação essencial:
“As pessoas normais não sabem que tudo é possível.
Ele se referia à câmara de gás, aos trens infectos, ao gelo, a fome, o frio – a todo sofrimento imposto a seres humanos em nome do preconceito de raça, de classe, da insanidade política, do ódio, da insanidade que dispõe de armas poderosas para cumprir suas vontades.
Não temos câmaras de gás no Brasil de 2014. Mas temos anormalidade selvagem. Já tivemos um julgamento onde os réus não tiveram direito a presunção da inocência. Quem não tinha foro privilegiado não teve direito a um segundo grau de jurisdição. As penas foram agravadas artificialmente.
Dirceu está sendo desumanizado, como se fosse uma cobaia de laboratório, mantida sob vigilância num cubo de vidro, 24 horas por dia.
Foi transformado num caso-teste.
O direito que hoje se nega a Dirceu amanhã poderá ser negado a todos.
Será tão difícil captar a mensagem? Será tão difícil captar a mensagem?

Pedágios em SP arrecadam em um ano dinheiro para construir 12 estádios da Copa



LUCROS

Em um ano, arrecadação dos pedágios paulistas faria 12 arenas da Copa
Estudo de deputados estaduais PT de São Paulo aponta razões para a instalação de comissão que investigará concessões de estradas à iniciativa privada
por Redação RBA publicado 25/04/2014 13:18, última modificação 25/04/2014 16:16
São Paulo – As concessionárias que administram os pedágios nas estradas estaduais arrecadaram, em 2013, cerca de R$ 6,891 bilhões, de acordo com o Pedagiômetro – que utiliza os relatórios de arrecadação das concessionárias para estimar o faturamento das praças de pedágio paulistas.
Segundo nota da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, o valor é apenas R$ 733 milhões mais baixo que os R$ 7,6 bilhões previstos no documento Matriz de Responsabilidades, do Portal Transparência, do governo federal, para a reforma e ou construção dos 12 estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo de futebol.
Os cálculos, diz a nota, são de diferentes fontes, incluindo BNDES, Caixa Econômica Federal, além de governos estaduais e municipais, dentre outros, e explicam por que a construção das praças de pedágios no estado saltaram de 40, em 1997, para 246, em 2013.
Em seu site, a bancada lembra que as estradas que foram repassadas à iniciativa privada, principalmente na primeira fase, em 1998, apresentavam boa qualidade, construídas com recursos dos impostos pagos pelos contribuintes estaduais.
“Os tucanos entregaram para a iniciativa privada o melhor, as rodovias duplicadas e com maior fluxo de tráfego”, diz o texto.
Ainda segundo a bancada do PT,  67% das concessões de rodovias paulistas usam o IGP-M como indexador para corrigir o valor das tarifas de pedágios anualmente e o restante usa o IPCA. De junho de 1998 até maio de 2013, a variação do IGP-M foi de 248%, enquanto para o IPCA foi de 152%.
Os valores das tarifas de pedágios cobradas no estado de São Paulo serão alvo de investigação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa. O pedido de instalação da comissão foi protocolado em março de 2011, mas só agora passará a ser tema de apuração.
A bancada petista na Assembleia Legislativa – que já indicou os deputados Antonio Mentor e Gerson Bittencourt como membros titulares da CPI – aguarda a indicação dos representantes das demais bancadas, num total de nove parlamentares. Depois disso, deverá ser convocada a primeira reunião da comissão, que elegerá presidente e vice. É de praxe que a presidência ou a relatoria fiquem com o autor do pedido, que foi o deputado Mentor.

A bravata chantagista de Datena

Fanfarrão
Fanfarrão
Circula na internet um vídeo em que Datena declara solidariedade a Sheherazade e desafia, numa bravata assombrosa, o governo a mexer na publicidade que coloca em seu programa na Band.
É um vídeo que mostra o absurdo que Datena é e a situação ainda mais absurda que cerca as bilionárias verbas publicitárias do governo.
Primeiro, há na fanfarronice de Datena uma chantagem, uma intimidação. “Não mexam em mim”, ele está dizendo, na verdade.
Há também uma enorme petulância. Ele fala no direito de Sheherazade de ter suas opiniões – como se o incitamento ao crime fosse aceitável.
Mas e o direito de anunciar onde se queira: não existe? Todo anunciante – público ou privado – examina onde vai parar o dinheiro que coloca em publicidade.
Se o objeto do dinheiro vira um embaraço, como Sheherazade (ou Datena mesmo), o caminho natural para todo anunciante é rever seu investimento.
Tiger Woods perdeu seus patrocinadores depois que eclodiu o escândalo de seus adultérios em série. Mais recentemente, Pistorius viu baterem em retirada seus patrocinadores, depois da morte de sua namorada.
O episódio de Sheherazade deveria propiciar uma discussão ampla. Faz sentido o governo investir tanto dinheiro em publicidade?
Em sociedades mais avançadas, os anúncios essencialmente se restringem a serviços de utilidade pública. Uma campanha de vacinação, por exemplo. Ou uma que estimule os cidadãos a se alimentarem melhor, com mais frutas e verduras.
No Brasil, a publicidade oficial – federal, estadual e municipal – vai muito além.
É uma coisa perniciosa. Historicamente, o dinheiro (público) da propaganda governamental foi usado para carrear recursos para as empresas de mídia.
O resultado disso foi que os donos das empresas jornalísticas ficaram riquíssimos.
Era uma vergonha tão grande que, num momento em que todos os anunciantes obtinham descontos formidáveis sobre os preços de tabela de empresas como Globo e Abril, o governo continuava a pagar o valor integral.
Empresas que à luz do sol viviam denunciando em seus jornais e revistas o “mau trato” do dinheiro público enchiam descaradamente seus cofres, na sombra, com recursos do contribuinte.
Anúncios do governo eram usados também para facilitar a vida de empresas endividadas. No começo dos anos 1980, o falido Jornal do Brasil vivia repleto de anúncios do Banco do Brasil. Era a forma como o jornal “pagava” dívidas.
É evidente que a sociedade se beneficiaria amplamente se uma boa fatia do dinheiro público posto em publicidade se destinasse a projetos sociais.
A Band, de Datena, recebe do governo federal cerca de 100 milhões de reais por ano. Qual o benefício para a sociedade deste dinheiro todo?
Para a família Saad, é uma beleza. São riquíssimos.
Para nosotros, a história é outra.
Que programa da Band você pode dizer que contribui para que o Brasil melhore?
Veja Datena, por exemplo.
Com seus parcos 3 pontos de Ibope, ele é a personificação do mundo cão. Ele semeia medo pânico entre seus espectadores. A cidade, segundo Datena, é um inferno, e os bandidos têm que ser exterminados.
É a mesma pregação de Sheherazade por outras palavras. Bandido bom é bandido morto.
No vídeo em que insulta o governo, ele diz que se tirarem publicidade não faz diferença porque já está ferrado, ou na lona, ou coisa que o valha.
Ora. Para explorar abjetamente uma audiência que ele mantém nas trevas e na ignorância, Datena levanta mensalmente uma quantia calculada em 1 milhão de reais.
Como os pastores evangélicos, fala a pobres, mas enriquece com isso.
Temos eleições em 2014, e é triste não ver nenhum candidato trazer novas ideias em relação ao dinheiro público torrado em propaganda.

sábado, 26 de abril de 2014

Dilma reinaugura o Brasil

Dilma começa a caminhada para reinaugurar o Brasil.
Isso o Jornal Nacional esconde e a gente mostra.

Daqui até as eleições de outubro próximo vai ser assim, todo mês vai ter novidade ignorada pelos telejornais, porque são novidades que geram empregos e levam progresso social e econômico pelo nosso Brasil.
No Pará a presidente Dilma Rousseff inaugurou o complexo portuário Miritituba-Barcarena, envolvendo estação de transbordo para hidrovia e porto para exportação. É uma PPP (Parceria Público Privada), com participação da Bunge.  
  
É uma nova rota para escoar a produção de grãos do centro-oeste, que desafoga os portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), e que reduz mil quilômetros de transporte por caminhão.
Agora os caminhões podem subir ao norte até Itaituba pela BR-163 e fazer o transbordo da soja e do milho para as barcaças. O transporte hidroviário desce o Rio Tapajós até Barcarena (PA), porto muito mais próximo de destinos como Europa e China.

Uma obra dessa importância para o desenvolvimento e quase ninguém noticiou. No novelão tucano chamado Jornal Nacional, que odeia dar notícias sobre a prosperidade nacional, nem pensar. Lá, conforme interpretaçãa deles, o Brasil vai quebrar a qualquer momento. Agora, deram pra pedir emprego aos que não querem trabalhar...

Na visita ao Pará, Dilma também participou da formatura de alunos do Pronatec, e entregou máquinas do PAC para prefeituras fazerem pequenas obras e manterem estradas vicinais de forma a escoar a produção da agricultura familiar.

o prestigio da globo

enquanto eles tentam incendiar o pais com noticias deturpadas  não se dão conta que incendeiam outras coisas tambem, é o caso do incendiário que acaba chamuscado pelo incêndio.


sexta-feira, 25 de abril de 2014

O Brasil e a distorção econômica




Por Mauro Santayana *
Crescem, a cada dia, as evidências de que o Brasil está sofrendo solerte campanha de descrédito econômico, movida por interesses que envolvem de países estrangeiros a especuladores que vivem da manipulação da bolsa e da exploração predatória de juros no mercado nacional.

Uma coisa é a “expectativa” dos “analistas” e “agentes econômicos”, os editoriais da The Economist, as matérias do El País, e os textos engendrados, pela imprensa mexicana, contra o Brasil, e dirigidas a outros países da América Latina, no contexto da defesa de um factoide, o da Aliança do Pacífico, que está fazendo água a olhos vistos. Outra é a realidade dos números, que desmente, a cada dia, o canto das cassandras que proclamavam a iminência de uma “tempestade perfeita”, que nos levaria, irremediavelmente, para o fundo do abismo em 2014.

Recebemos, no ano passado, US$ 63 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto. A economia cresceu “surpreendentemente” 2,3%, enquanto alguns vaticinavam que ficaria em cerca de 1%. A produção industrial aumentou 2,9% em janeiro, e foram criados mais de 260 mil empregos formais líquidos em fevereiro. As vendas no varejo continuam se expandindo, e a inadimplência está em retração.

Segundo estudo publicado pelo Valor Econômico, na terceira semana de março, baseado em balanços de companhias de capital aberto, a maioria das empresas planeja manter ou aumentar seus investimentos este ano. Dos 15 grandes grupos analisados, nove, entre eles Pão de Açúcar, Ambev, Natura, Alpargatas e Magazine Luiza, pretendem investir o mesmo montante de 2013, e três vão aumentá-los. O conjunto das empresas de varejo e de consumo investiu quase R$ 13 bilhões no ano passado.

É claro que não estamos isentos de problemas. O incentivo dado à fabricação e venda de automóveis, nos últimos anos, sem que se assegurassem fontes nacionais de energia – por meio de maior oferta de gás, liberação total da produção de etanol e biodiesel para autoconsumo, estímulo ao uso de modelos híbridos e elétricos –, acoplado à diminuição da produção de petróleo devido à interrupção para a modernização e troca de plataformas, fez explodir a importação de combustíveis, afetando a balança comercial.

A intensificação do processo de desnacionalização da economia, com a entrada de capital estrangeiro para a compra de empresas brasileiras – e nem sempre a construção de novas fábricas – tem nos levado, também, a aumentar, na mesma proporção, o envio de remessas de lucro para outros países da ordem de dezenas de bilhões de dólares, impactando fortemente o resultado de nossas transações correntes com o exterior.

O consumo cresceu, nos últimos anos, com a entrada de milhões de pessoas para a nova classe média. Mas foi atendido, em parte, com o brutal avanço das importações de eletrônicos e eletrodomésticos, sem que se tenha negociado, nesse processo, com os fornecedores estrangeiros, o aumento do nível de conteúdo local. Alguns problemas, como a importação de combustíveis, tendem a ser solucionados, com a entrada em operação das novas refinarias e plataformas de petróleo que estão em construção e que deverão ficar prontas em 2015. As outras questões, de caráter estrutural e estratégico, têm de ser decididamente enfrentadas, sob a pena de se transformar em uma bola de neve nos próximos anos.

O que não podemos é permitir que certas mentiras, à base de serem permanentemente repetidas, sem resposta eficaz por parte do país, acabem se transformando em incontestáveis verdades, para ponderáveis parcelas da sociedade brasileira e da opinião pública internacional. Estudo publicado pela Organização pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, no México, apontado como a quintessência da Aliança do Pacífico, a renda está em queda acelerada e quatro em cada dez cidadãos estão passando fome.

Encaminhar-nos para esse modelo, de espoliação econômica e total subordinação aos interesses de outras nações, é a meta – e o verdadeiro objetivo – de quem está por trás dessa campanha de contrainformação.

O cerco

A vitoriosa construção do Marco Civil da Internet deveria servir de referência para uma mudança de postura que já tarda. É hora de estender o método.

Replicados com disciplinado zelo pela emissão conservadora, disparos regulares da mídia internacional defendem a rendição inapelável do Brasil aos ditames da restauração neoliberal.

O tom é de ‘basta!’.

Explica-se: a dissidência brasileira na crise afrontou com sucesso o sopro de morte da austeridade optando por políticas contracílicas baseadas em crédito estatal, investimentos públicos (PAC 2), fomento à habitação, valorização do poder de compra do salário mínimo e geração de empregos.

O saldo gerou uma inércia de demanda e geração de empregos que resiste até hoje como uma gigantesca costela de pirarucu entalada na garganta dos mercados.

Se isso funciona, como é que fica a restauração neoliberal aqui e na América Latina?

É preciso desqualificar um passado que pode ser usado para credenciar novas heterodoxias no futuro e, sobretudo, nas urnas.

Chegou a hora de colocar as cordas, os pescoços e as agendas nos devidos lugares, diz o jogral que nunca desafina.

Ponto número um: o Brasil é um grandioso caso de desastre intervencionista.

Ou não é isso o que reafirma o caso da refinaria de Pasadena, agora brindado com a obsequiosa decisão da juíza Rosa Weber de criação de um palanque nacional para a mídia e seus candidatos execrarem a Petrobras em plena campanha sucessória?

Ponto número dois: o país deve aceitar os termos da rendição incondicional que a emissão conservadora local e foranea advoga diuturnamente.

A saber: fim da intervenção estatal na agenda do desenvolvimento; choque de juros ‘para trazer a inflação à meta’ — conduzido por um BC ‘independente’ (das urnas); esvaziamento do BNDES, privatização do pré-sal (tese que ganha agora uma corneta de difusão eleitoral, graças à CPI); cambio livre, arrocho na ‘gastança social’ etc.

O tom imperativo da ofensiva estrangeira remete ao jornalismo da ‘guerra fria’ contra governos não alinhados, nos anos 50/60.

Três exemplos dos últimos quinze dias:

Financial Times: Nova matriz econômica do Brasil ouve anúncio de morte (07/04/2014)

The Economist: Trabalhador do Brasil é gloriosamente improdutivo (17/04/2014)

New York Times: Brasil grandioso se desfaz (21/04/2014)

O denominador comum é a incompatibilidade entre ‘dirigismo’ estatal e ‘gastança fiscal’(assim, vinculados, como xipófagos), e redução do juro para a retomada do investimento.

Como na ‘guerra fria’, o silogismo é ilustrado não raro com exemplos grotescos.

Filas no recente Festival de Música Lollapalooza, em São Paulo, abrem a ‘reportagem’ da Economist, por exemplo, para ilustrar a evidência da improdutividade do trabalhador brasileiro.

Coisas de mercado regulado, naturalmente.

Segundo a bíblia do jornalismo neoliberal, ‘onde o restaurante texano BOS BBQ se destacava pela eficiência, nas outras barracas de comida do evento (as nacionais) as filas se acumulavam de forma ilustrativa.

Isso define um país de ineficientes para a Economist.

“No momento em que você chega ao Brasil você começa a perder tempo”, dispara, na reportagem transcrita pelo jornal Valor Econômico, o dono do restaurante gringo, Blake Watkins.

Ele chegou aqui há três anos, após vender um fast food em Nova York.

Parece ter tomado gosto pela ‘perda de tempo’.

O mesmo gosto que leva o capital estrangeiro a maldizer as interferências excessivas do Estado no mercado local.

E a formar filas para ingressar nesse limbo de anancronismo estatizante, cujo segmento de consumo de massa (53% da população), sozinho, representaria hoje a 16ª maior economia do planeta. Com lugar garantido no G-20.

Um punhado de bancos estrangeiros enquadra-se nessa categoria, dos que aguardam autorização para operar no reduto da improdutividade e do intervencionismo desastrado.

O governo Dilma autorizou o ingresso médio de quase 8 bancos por ano desde 2011.

Mas só autoriza se ficar demonstrado o interesse nacional na operação.

Dilma costuma perguntar, por exemplo, o que o banco fará pelo financiamento de longo prazo, indispensável a um novo ciclo de desenvolvimento.

A Presidenta faz o que determina o interesse público.

E o que determina o interesse público incomoda quem se avoca o direito a uma free-way para entrar e sair do país quando quiser, como quiser e com quanto quiser.

A soberba tem o apoio de um colunismo ignorante no varejo e prestativo no atacado.

Esse gelatinoso ectoplasma de interesses compartilha de um segredo cuidadosamente mantido a sete chaves, fora do alcance da opinião pública brasileira.

Afinal, o que acontece exatamente quando uma economia adota — ou lhe é imposto — o pacote de medidas às quais a teimosia petista resiste em associar o destino nacional?

Se a emissão conservadora dedicasse a essa resposta algum vapor de jornalismo isento, o debate em torno da sucessão presidencial certamente ganharia a densidade adequada a um escrutínio esclarecido sobre o passo seguinte do desenvolvimento do país.

Um ponto de partida poderia ser a dissecação do que se passa em economias europeias, enredadas em desconcertante combinação de ‘recuperação’ e esfarelamento social.

A Grécia, por exemplo.

Mergulhada no sexto ano de recessão, com um PIB 24% inferior ao de antes da crise, o país é saudado como paradigma de sacrifício bem sucedido.

Em 2013, a Grécia conseguiu, de fato, um superávit fiscal de 1,2% do PIB (repita-se, sobre um PIB que perdeu ¼ de sua massa desde 2008).

A que preço?

A taxa de desemprego é de 27%.

Cerca de 2,3 milhões de um total de 2,8 milhões de lares gregos acumulam dívidas tributárias impagáveis, por absoluta insuficiência de renda.

O déficit fiscal não para de crescer e a dívida pública passa de 180% do PIB — bem distante dos 120% que o generoso FMI definiu como a fronteira da sustentabilidade a ser perseguida por Atenas.

Não só.

A taxa de investimento na Grécia despenca linearmente desde 2008 e o déficit fiscal é de 12% do PIB.

O resto é deduzível.

A Grécia é aquele lugar em que as crianças passam fome na rede pública por falta de merenda escolar. E a extrema direita persegue imigrantes pelas ruas, não raro até a morte.

Na semana passada, esse féretro civilizatório foi ao mercado e conseguiu captar empréstimos nos valor de três bilhões de euros, com uma procura por títulos da dívida grega quase sete vezes superior à oferta.

O que leva a festejada racionalidade do mercado a se lambuzar em papéis de uma nação insolvente, colapsada em seus fundamentos, às voltas com uma sintomática deflação de preços e sem tônus para se reerguer a partir de suas próprias forças produtivas e de consumo?

Antes da Grécia, Portugal e Espanha (esse, outro colosso de recuperação assentada em 26% de desemprego, déficit fiscal de 7% do PIB e dívida pública de 94% do PIB) já haviam tido sucesso semelhante em captações no mercado financeiro internacional.

A resposta ao enigma ajuda a entender não apenas o que acontece por lá, mas sobretudo a consistência do cerco aqui, em torno do Brasil.

A recuperação grega é uma experiência de laboratório tanto quanto a tese do Brasil aos cacos é uma construção midiática.

Viabilizar a Grécia ajoelhada aos mercados é tão necessário quanto acuar um Brasil reticente às exigências de um ajuste mais duro preconizado pelo interesse rentista local e internacional.

A captação realizada pela Grécia — a exemplo das demais — na verdade foi um investimento tutelado e garantido por bancos alemães, britânicos e pelo FMI.

Não há vínculo de confiança em relação a Atenas.

Antes, trata-se de uma adesão, sem risco, a uma oferta do sistema financeiro interessado em provar que o austericídio grego deu certo.

A hora escolhida foi cirurgicamente selecionada: há liquidez abundante no mercado internacional. E limitadas são as opções de risco que permitam sair do círculo vicioso de um rentismo que se ergue, cada vez mais perigosamente, pelos próprios cabelos.

Alternativas de canibalização de mais valia, como os investimentos em infraestrutura ensejados pela ampliação do mercado interno brasileiro, são raridade no mundo pós-crise.

Num mercado achatado pela desordem neoliberal, o principal déficit ainda é o déficit de demanda. E o maior desafio: devolver às economias a capacidade de gerar emprego e renda.

Grécia e Brasil ocupam polos opostos nessa tipificação, mas carregam no calendário político uma equação de delicadeza semelhante.

Uma nova vitória do PT no Brasil, em outubro, sancionaria a existência de um dissenso bem sucedido no âmbito da restauração neoliberal em marcha no mundo.

Seus desdobramentos encorajadores na América Latina são óbvios. E daí para as demais nações em desenvolvimento, a progressão seria inevitável.

Na Grécia, ao contrário, a direita no poder, encabeçada pela Nova Democracia, tem um encontro com o desalento social dia 25 de maio, nas eleições municipais.

Se derrotada, engrossa o mesmo recado subjacente à reeleição de Dilma, cinco meses depois.

O partido de esquerda grego, o Syriza, disputa a liderança nas enquetes de intenção de voto.

Uma derrota conservadora em maio abriria uma grande avenida para o Syriza construir alianças que o qualifiquem a disputar como favorito as eleições presidenciais de fevereiro de 2015.

Uma última palavra merece ser dita diante do que aparenta ser uma certa prostração do governo e do PT face ao cerco conservador.

A direita politizou definitivamente o debate econômico espetando nos desafios macroeconômicos sua rotulagem ideológica.

‘Intervencionismo, ineficiência e corrupção’ formam o tripé de um mantra repetido à exaustão pelo dispositivo midiático para qualquer tema ou circunstância.

Será assim também na CPI da Petrobrás.

O tratamento economicista muitas vezes adotado pelo governo nem responde à radicalização do embate, nem elucida a verdadeira natureza dos interesses em conflito.

A vitoriosa construção do Marco Civil da Internet deveria servir de referência para uma mudança de postura que já tarda.

Longe de tecnificar o assunto, o governo neste caso se ancorou em uma ofensiva política interna e externa, democratizou o debate, arregimentou grandes adesões, mobilizou movimentos sociais e tornou indefensável a defesa do lucro corporativo contra o interesse da cidadania.

Sobretudo, o governo exibiu neste caso duas qualidades em falta nos demais: unidade de ação e determinação política de não escamotear a colisão de interesses em jogo.

É hora de estender o método a outras esferas. A começar pela defesa da Petrobrás.

Saul Leblon
No Carta Maior

Estratégia de Hitler alcança o STF



Em repúdio à criminalização e à exasperação da pena contra José Dirceu
por João Pedro Stedile e Aton Fon Filho, no Blog do Zé Dirceu
Com uma frase, em 1931, Adolf Hitler anunciou ao mundo sua ideia de valer-se do Poder Judiciário para a perseguição a seus opositores: “Instalaremos tribunais nazistas e cabeças rolarão”.
Oitenta anos mais tarde, em outras coordenadas geográficas, a estratégia hitlerista alcança o Supremo Tribunal Federal brasileiro, sob o comando do Ministro Joaquim Barbosa, escarnecendo do direito, restabelecendo desavergonhadamente o sistema repressivo que serviu para perseguir os inimigos da ditadura militar e o modelo de preferências que se permite premiar os integrantes do PSDB com as garantias da lei, observando-lhes o direito ao duplo grau de jurisdição, mesmo quando não se pejou de negar o mesmo valor àqueles réus da Ação Penal 470.
Não satisfeito com a manipulação da teoria do domínio funcional do fato, pervertida para possibilitar a condenação do ex-ministro José Dirceu – contra quem não foi capaz de indicar uma única prova de cometimento de crime – o STF e seu Presidente vêm agora violar as regras processuais para atropelar sua própria decisão e obrigar ao cumprimento em regime fechado de penas estabelecidas por aquela Corte para o regime semiaberto.
Banham-se, Barbosa e o STF, no direito penal do inimigo, de Günter Jakobs, para despersonalizar o ex-ministro José Dirceu e reduzi-lo a um desvalido de proteção legal. Haurem, das teorias de Carl Schmitt, a negação da dignidade humana, e sua aplicação a seus opositores, postos na condição de inimigos.
Invocando os exemplos de solidariedade combatente do Gueto de Varsóvia e dos jovens do movimento Rosa Branca, repudiamos as ilegais criminalização e exasperação das sanções contra os réus da Ação Penal 470.
E lembramos aos aprendizes de Gauleiters que após uma Munique sempre há uma Nuremberg!
Esperamos que a solidariedade vença  a mediocridade e a discriminação!

Polícia Federal do Zé(tucano infiltrado no pt) vai derrubar a Dilma

Dilma caiu na cama de gato.

Nota oficial do ex-Ministro Padilha, que vai se eleger – com ou sem o PiG – Governador de São Paulo:

Nota à Imprensa


“O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha repudia o envolvimento do seu nome e esclarece que não indicou nenhuma pessoa para a Labogen. Se como diz a Policia  Federal, os envolvidos tinham preocupação com as autoridades fiscalizadoras, eles  só poderiam se referir aos filtros e mecanismos de controle criados por Padilha dentro do Ministério da Saúde justamente para evitar ações deste tipo. A prova maior disso é que nunca existiu contrato com a Labogen e nunca houve desembolso por parte do Ministério da Saúde.”
Navalha
O ministro zé da Justiça não tem nenhum controle sobre a Polícia Federal.
A Policia Federal tem que ser Republicana, quando era nos tempos do dr Paulo Lacerda – até que grampo sem áudio do Gilmar Dantas o derrubou, como demonstra o livro “sem Gilmar não haveria Dantas”, do destemido Rubens Valente.
A PF deixou de ser Republicana para trabalhar para a Oposição.
Assim tem sido sistematicamente, desde que estourou o assim chamado escândalo de Pasadena.
A PF vaza qualquer coisa (contra o Governo).
Sem nenhum critério, sem nenhum filtro, sem nenhum sentido de serviço público.
A PF do zé é tucana !
Por omissão, covardia e incompetência do Ministro (sic) !
Como previa este Conversa Afiada, Dilma caiu na cama de gato: não controla o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e o Serviço de Inteligência.
Que servem ao Golpe !




Paulo Henrique Amorim

Chanceleres do Brasil e da China participam do 1º Diálogo Estratégico Global

 
Danilo Macedo-Repórter da Agência Brasil   Edição: Valéria Aguiar
 
Os chanceleres do Brasil e da China participam hoje (25), no Itamaraty, do primeiro Diálogo Estratégico Global entre os dois países, que prevê reuniões anuais em Brasília e Pequim, para acompanhar a evolução da agenda bilateral e coordenar ações conjuntas sobre temas internacionais de interesse comum. O ministro de Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, também aproveita a visita ao Brasil, após passar por Cuba, Venezuela e Argentina, para acertar detalhes sobre a primeira visita do presidente Xi Jinping ao país, para a 6ª Cúpula dos Brics, em Fortaleza, e Brasília, ambas em julho, após a Copa do Mundo.
Em 2014, as relações diplomáticas entre os dois países completam 40 anos. Os dois países cresceram muito economicamente e, desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2012, as trocas comerciais chegaram a US$ 75,4 bilhões, com US$ 41,2 bilhões de exportações brasileiras, um superávit de US$ 7 bilhões em relação aos US$ 34,2 bilhões de importações em produtos chineses.
Além disso, ambos formam os Brics – junto com Rússia, Índia e África do Sul, fórum em ascensão que tem incrementado a cooperação entre esses países e pretende influenciar discussões internacionais. Juntos, os cinco países detêm quase 30% do território e mais de 40% da população mundial, além de aproximadamente 22% do PIB global.
Nos últimos anos, a China tem aumentado seus investimentos no Brasil, principalmente em setores industriais, como os de veículos leves e pesados, linhas de transmissão elétrica e tecnologia da informação e comunicação, e de serviços, como de bancos e aéreos. Grandes empresas brasileiras também tem se consolidado na China, como Embraer, Vale, BRFoods e Votorantim. De acordo com o Itamaraty, o Banco do Brasil também inaugurará uma agência em Xangai no próximo mês.
Na área de ciência e tecnologia, os dois países desenvolvem o Programa Espacial Sino-Brasileiro, para lançamento de satélites. A Embrapa também tem um laboratório na China. Além disso, há cooperação em cursos nas áreas de nanotecnologia, biocombustíveis e satélites meteorológicos e, atualmente, 193 alunos brasileiros estudam em universidades chinesas, por meio do Programa Ciência sem Fronteiras. Após o aniversário de 40 anos, os dois países pretendem ampliar suas relações e atingir um novo patamar de cooperação. Os chanceleres falarão com a imprensa às 14h30, após almoço no Palácio Itamaraty.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

SONHOS ANTINACIONAIS TUCANOS: ALCA E PETROBRAX



Por NEWTON LIMA

O "fim do Mercosul", como propõe o senador Aécio Neves, seria um retrocesso de grandes proporções para a política externa brasileira

Como presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, sinto-me no dever de contestar a declaração do senador Aécio Neves, divulgada pelo jornal Valor Econômico, que propôs, em evento recente, o "fim do Mercosul" ou, pelo menos, a extinção da união aduaneira do bloco, de modo a torná-lo apenas área de livre comércio. Na visão do senador, o Mercosul seria "uma coisa anacrônica", que "não serve aos interesses brasileiros", pois impede que o nosso país firme acordos comerciais com outras nações e se integre mais às cadeias produtivas globais.

A proposta do senador tucano choca frontalmente com o diagnóstico feito pela Federação das Indústrias de São Paulo, em recente estudo intitulado "Agenda para a Integração Externa", que mostra exatamente o contrário do que ele pensa. Em artigo no jornal Folha de S. Paulo (18.06.2013), o empresário Benjamin Steinbruch lamenta que as opiniões favoráveis ao abandono do Mercosul "se apóiam em razões ideológicas" [em prol dos EUA].

Os dados são contundentes: nos últimos 10 anos, as exportações brasileiras para os países do Mercosul somaram US$ 169 bilhões, com superávit acumulado da ordem de US$ 46 bilhões. Não obstante a participação das commodities na balança comercial brasileira, nesses dez anos, cerca de 91% das nossas exportações para o Mercosul (US$ 154 bilhões) são de produtos manufaturados, enquanto que, para EUA, US$ 138,7 bilhões, e União Europeia, US$ 137,9 bilhões.

Mesmo com os efeitos da crise, a partir de 2008, o intercâmbio entre os países do Mercosul foi superior ao do comércio internacional: enquanto as trocas globais aumentaram 13% no período 2008-2012, o comércio intraMercosul cresceu mais de 20%.


Aécio Neves parece desconsiderar os acordos de liberalização comercial assinados entre os países membros do Mercosul, que tratam da redução de tarifas alfandegárias a quase zero. Já é possível afirmar que o livre-comércio entre o Brasil e praticamente todos os países da América do Sul é uma realidade.

Nesse debate, é importante observar que o objetivo do Mercosul é muito maior do que o mercado comercial. O bloco foi formado para promover a integração entre as nações e o desenvolvimento econômico, social, cultural e político da região.

O Mercosul tem também clara dimensão geoestratégica. Além de dar maior peso aos Estados Partes no cenário mundial e contribuir para tornar a América do Sul um espaço de paz, prosperidade e justiça social, o bloco está em negociação com a União Europeia para ampliação das relações comerciais e integração econômica.

A União Europeia levou 50 anos para se consolidar. O Mercosul tem pouco mais de 20 anos. O "fim do Mercosul", como propõe o senador Aécio Neves, seria um retrocesso de grandes proporções para a política externa brasileira.

Ao afrontar o Mercosul, Aécio Neves comete um erro grave. Desalinha-se do destino histórico de convergência de nações amigas, da busca de superação de problemas comuns, e se junta àqueles que sempre defenderam nossa subalternização aos interesses norte-americanos, cristalizada na tentativa de implantação da Área de Livre Comércio das Américas - ALCA. A proposta do senador remete ao sonho dos tucanos de ver o Brasil inserido na ALCA como consumidor de produtos dos EUA, e o Estado reduzido ao mínimo, com a política de privatização. O mesmo governo do PSDB, que nos idos dos anos 1990, fez de tudo para privatizar a Petrobras, tentando até mudar o nome para Petrobrax [para tirar qualquer associação com o bras de Brasil], a fim de facilitar a venda da empresa na Bolsa de New York. O mesmo governo que, em 2001, viu afundar a plataforma P-36, a maior do mundo, que custou R$ 350 milhões, e emborcar a P-34, em 2002, numa prova de desgoverno e sucateamento da Petrobras.

Portanto, o senador Aécio Neves insiste, no debate eleitoral, em resgatar ideias derrotadas e superadas na crise internacional, sem levar em consideração que o Brasil e o mundo mudaram."


FONTE: escrito por NEWTON LIMA, presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul. Artigo publicado no "Brasil 247"

MAIS TUCANAGEM DO MINISTÉRIO PÚBLICO?





MP ARQUIVA AÇÃO DE "ENGAVETADOR" "DA ALSTOM" [Subtítulo eufêmico, para esconder que o que foi "engavetado" é um processo sobre crimes com dinheiro público atribuídos a tucanos da alta cúpula. O subtítulo protetor faz parecer que quem foi "engavetada" foi a Alstom...]


[JÁ PENSOU O ESCARCÉU DA MÍDIA E DA OPOSIÇÃO SE O PROCESSO "ENGAVETADO" FOSSE CONTRA PETISTAS?]

"O Corregedor-geral da instituição, Hindemburgo Chateaubriand, entendeu que "não houve falta" funcional do procurador da República Rodrigo de Grandis, que "deixou parado por quase três anos" pedido de cooperação jurídica da Suíça sobre o caso Alstom [o também chamado "propinoduto tucano"].  A investigação "arquivada" apurava o envolvimento dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos no pagamento de propinas a José Zaniboni, ex-diretor da empresa de trens metropolitanos do estado de São Paulo, a CPTM.

Do "Brasil 247"

O Ministério Público Federal arquivou a investigação do procurador da República Rodrigo de Grandis por "engavetar por quase três anos" pedido de cooperação jurídica da Suíça sobre o caso Alstom [que atinge a cúpula do governo paulista do PSDB].

Segundo o corregedor-geral da instituição, Hindemburgo Chateaubriand, "não houve falta funcional" [sic] do procurador. Segundo autoridades da Suíça, prazo "não teria causado prejuízos" [sic] à investigação.

O caso segue sob [extremamente rápida, mais veloz que um caracol] "apuração" do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). [Por falar nisso, como anda a "veloz" apuração do "mensalão tucano", muito maior e mais antigo do que o "mensalão do PT", que o STF não conseguiu provas e teve que condenar assim mesmo, por "ilações" e "depreensões", por pressão 
da mídia por urgência e rigor?].


[O veloz "batman" da mídia]


A investigação arquivada apurava o envolvimento dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos no pagamento de propinas a José Zaniboni, ex-diretor da empresa de trens metropolitanos do estado de São Paulo, a CPTM. As acusações são de pagamento de US$ 836 mil. Grandis alegou, em outubro de 2013, que o gabinete cometeu uma "falha administrativa".

FONTE: do jornal online "Brasil 247"