sexta-feira, 31 de julho de 2015

QUEREM DERRUBAR DILMA COM MANCHETES


NYT, Lava Jato e o programa nuclear brasileiro

Tereza Cruvinel 
:
O jornal americano The New York Times registrou com clara satisfação a prisão do almirante Othon Pinheiro da Silva, presidente afastado da Eletronuclear, apontando-o como chefe de um programa nuclear clandestino durante a ditadura e um “militar nacionalista” resgatado do ostracismo em 2003 pelo governo do presidente Lula.
O programa nuclear brasileiro nunca foi clandestino, vinculando-se inicialmente a um acordo internacional com a Alemanha, que muito irritou os Estados Unidos. Foi o acordo que possibilitou a construção das usinas Angra I e Angra II. Mas Angra III já vem sendo construída com tecnologia nacional pela Eletronuclear,  tecnologia desenvolvida a partir das pesquisas estratégicas realizadas pela Marinha. Estas sim, tratadas como segredo de Estado, tanto quanto as empreendidas pelos países ricos nesta e em outras áreas. Othon teve papel relevante neste processo, do qual é considerado como principal líder intelectual.
Como escreveu o economista e jornalista José Carlos de Assis em artigo republicado pelo 247, “o almirante Othon é um arquivo vivo de tecnologia”. Foi sob sua coordenação que o projeto Aramar desenvolveu as super-centrífugas brasileiras que processam o urânio a custos 70% menores que outros países, inclusive os Estados Unidos, que sempre quiseram se apropriar da tecnologia brasileira.
O programa nuclear brasileiro foi metaforicamente detonado por Collor, quando fechou o “buraco da serra do Cachimbo”, depósito de dejetos nucleares do programa, em sinal de sua paralização. E por Fernando Henrique, quando deixou o projeto Aramar definhar por falta de verbas. Lula, depois de empossado, visitou o projeto e de fato resgatou o almirante Othon ao resgatar o programa e retomar os investimentos na construção da terceira usina nuclear.
O Brasil foi privilegiado pela natureza com um potencial invejável para a geração de energia hidrelétrica, limpa e relativamente barata. Mas esta fonte está se acabando, quase todos os rios já foram devidamente explorados, forçando a construção de novas usinas na região Norte. Em algum momento, a energia nuclear, bem como a de outras fontes, como a eólica, será fundamental para o desenvolvimento nacional.
A prisão do almirante Othon, um homem de 76 anos, tem uma relação direta com as questões acima. A Lava Jato não apresentou até agora provas de que os recursos na conta de sua empresa sejam oriundos de corrupção.   Ela presta serviços aos construtores das dezenas de pequenas hidrelétricas espalhadas pelo Brasil. Será preciso demonstrar a origem dos recursos.  Mas culpado ou inocente, por tudo o que ele sabe e representa, não pode ser submetido à sanha dos procuradores e delegados por delações premiadas. O Estado brasileiro tem grande responsabilidade por seu destino, ao qual estão vinculados segredos da política nacional de defesa.
Mas até agora, não se ouviu uma palavra do Governo.

Desmentido o acordo entre PSDB e PCC

Não chame um nazista de nazista: a reação da extrema direita a uma nota de jornal

 
Cartaz nazista denunciando o governo alemão de corrupção
Cartaz nazista denunciando a corrupção no governo alemão
 
A bandeira integralista não está aqui por acaso
A bandeira integralista está aqui por completo e absoluto acaso

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A extrema direita brasileira adjetiva todo e qualquer cidadão com o qual tenha divergências, reais ou imaginárias, de “comunista”. Eu sou comunista. Você. Sua mãe. Seu cunhado. Qualquer ser vivente que não concorde, digamos, com uma manifestação coxa é, cuspido e escarrado, um vermelho e deve se mudar para Cuba.
Agora, experimente chamá-los de “nazistas”. Experimente, ainda, dizer que alguns — alguns — desses grupos direitistas usam símbolos nazistas. A reação a uma nota na coluna do jornalista Ilimar Franco no Globo dá a dimensão das convicções democráticas desses grupelhos.
Ao comentar o desempenho de Jair Bolsonaro numa pesquisa eleitoral da MDA, ele escreveu o seguinte:
O Movimento Brasil Livre, o Revoltados Online e o S.O.S. Forças Armadas, vinculados ao que se define como direita, foram a vanguarda e usaram as redes sociais para chamar o protesto de 15 de março. Pregam contra o comunismo, pelo combate à corrupção e contra a interferência do Estado na economia. O Revoltados elegeu Jair Bolsonaro como maior porta-voz de suas ideias. O S.O.S. prega a intervenção militar. Todas essas organizações vão às ruas atacando as cotas, os nordestinos, os sem-teto e alguns usam símbolos como a suástica nazista. A corrupção (nos governos do PT) e o descrédito do Congresso e dos partidos (pesquisa MDA) criam a química perfeita para o ressurgimento dessa força.

A histeria coletiva diante de uma observação expressada em mirradas linhas inundou a internet de uma indignação desproporcional, que só pode significar o seguinte: acusamos o golpe.
Um certo Renan Santos, co-líder do Movimento Brasil Livre juntamente com Kim Kataguiri, gravou um vídeo — ou melhor, um “pronunciamento oficial” — em que aparece apoplético, sugerindo que o jornalista deveria ter sido censurado.
“Não aconteceu nada. A equipe editorial do jornal (?!?), a equipe de produção (?!?) deixaram passar numa boa”, grita. Santos acusa Ilimar de ser um “militante escondido”. “Você vai ter que nos engolir”, ameaça, babando, para emendar numa conversa maluca e no aviso de que Ilimar será processado.


É um pessoal tolerante. Um sujeito já fala numa “guerra midiática”. Outro afirma que “tem que soprar forte o vento contra estes jornalistas de porta de zona”. Olavo de Carvalho anuncia que “tem que pegar o Otário Frias, o João Roberto Marinho e chamar de filho da puta, vagabundo”.
Outro, ainda, sugeriu eugenia num email a Ilimar Franco:  “O Brasil precisa ser limpo, das estatais aparelhadas pelos petistas até certo jornalismo emporcalhado pelos Ilimares”.
E por aí afora.
É claro que apelou-se à Lei de Godwin (aquela que reza que qualquer pessoa perde uma discussão ao invocar os nazis). Mas, se alguém age como nazista, com que você deve compará-lo?
Marcello Reis, o chefão dos Revoltados On Line, com seu uniforme eterno, sua retórica assassina, a preconização da violência física, a intenção de eliminar um partido, parece o quê?
Gente que vai a protestos com uma camiseta amarela estampada com quatro dedos sujos de óleo, tirando sarro de um defeito físico, parece o quê? O discurso rasteiro e seletivo contra a corrupção foi usado amplamente pelo nacional socialismo para atacar a República de Weimar. Remete a quê?
“Os comunistas estão buscando destruir nosso país”, dizia o velho Adolf. Lembra quem?
O nacionalismo biruta do pessoal que prega a intervenção militar e desfila em carro aberto com torturadores e uma bandeira integralista — qual é a inspiração? O messianismo, a ideia fixa de que esses homens e mulheres de bem estão salvando a pátria de um mal maior, é similar a quê?
A tendência de negar realidades desagradáveis, mesmo enquanto eles estão ocorrendo, é arriscada. Na pior das hipóteses, é perigoso: as pessoas não vão lutar contra algo que supõem ser um exemplo extremo e uma impossibilidade.
Ironicamente, esse povo faz o que acusa a “ditadura bolivariana” de fazer: tentar calar a boca de vozes dissonantes na marra.
Tudo com a ajuda de Deus, naturalmente. “Não podemos parar”, gosta de repetir Marcello Revoltado Reis. “Juntos somos mais fortes e com Deus na nossa frente somos imbatíveis”. Ou, como dizia o führer: “Eu acredito que estou agindo de acordo com a vontade do Criador e lutando pelo trabalho do Senhor”.

Bancada da pizza da CPI do HSBC: Depois de livrar cunhada do tucano Tasso Jereissati, terá moral para investigar outras contas suspeitas na Suíça?

senadores da cpi do hsbc
A bancada da pizza do HSBC: da esquerda para a direita
Ricardo Ferraço (PMDB/ES)
Otto Alencar (PSD/BA)
Paulo Bauer (PSDB/SC)
Blairo Maggi (PR/MT), 
Ciro Nogueira (PP-PI),
Davi Alcolumbre (DEM /AP)
Sérgio Petecão (PSD/AC)
por Conceição Lemes
No Brasil, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra os poderosos de direita, invariavelmente apoiados pela grande mídia, não emplaca.  Quando se torna realidade, morre por conluio entre parlamentares e os setores envolvidos, manobras ilícitas e lícitas, inclusive covardia.
Cercada de muita expectativa, a CPI  do HSBC teria a oportunidade de investigar e mostrar que muitos dos que hoje esbravejam “abaixo a corrupção” esconderam fraudulentamente bilhões no HSBC Private Bank, em Genebra, Suíça. Segundo dados divulgados no início de fevereiro deste ano, 8.867 correntistas do Brasil, titulares de 6.606 contas secretas no HSBC suíço, tinham aí depositados cerca de US$ 7 bilhões, de 9 de novembro de 2006 a 31 de março de 2007.
Porém, reunião fatídica da CPI do HSBC, realizada reunião de 16 de julho, demonstrou que ela provavelmente seguirá a regra, morrendo de inanição ou de indigestão por farta distribuição pizza.
A evidência: o abafa bem organizado pelos senadores nessa reunião, que, queiram ou não, macularam indelevelmente os trabalhos do grupo.
A CPI do HSBC, como devem se lembrar, havia aprovado em sessão anterior, no final de junho, a quebra do sigilo de, entre outros:
Jacks Rabinovich, empresário e ex-diretor do Grupo Vicunha. Ele aparece vinculado a nove contas no HSBC da Suíça (a maioria em conjunto com a família Steinbruch), que somam US$ 228 milhões.
* Jacob Barata, conhecido como o “Rei do Ônibus” no Rio de Janeiro, e os filhos Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata e Rosane Ferreira Barata.   Segundo registros do HSBC de Genebra, entre 2006 e 2007, Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em conta conjunta com sua mulher, Glória, e os três filhos do casal.
* Paula Queiroz Frota, uma das executivas do Grupo Edson Queiroz, de sua família e do qual faz parte o maior conglomerado de comunicação do Ceará. Integra-o: TV Verdes Mares (afiliada da Globo), Rádio Verdes Mares, TV Diário, FM 93, Rádio Recife, Diário do Nordeste e portal Verdes Mares.  Paula, a irmã Lenise, o irmão Edson (morto em 2008) e a mãe Yolanda, também membros do conselho de administração do grupo empresarial, tinham, em 2007, US$ 83,9 milhões na conta 5490 CE aberta em 1989 no HSBC de Genebra.
Na véspera dessa reunião, os trabalhos da CPI do HSBC haviam ganho força devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).  Em 15 de julho, o ministro Celso de Mello negou o mandado de segurança impetrado por Jacks Rabinovich que reivindicava a não quebra do seu sigilo bancário.
Só que, em vez de aproveitarem-se dessa sentença altamente positiva para quem deseja investigar a lavagem de dinheiro e evasão de divisas, via contas secretas no HSBC suíço, os senadores a ignoraram e levantaram adiante o abafa, conforme o combinado.
Acompanhe-o:
1) Dos onze titulares, apenas dois não estavam presentes à reunião de 16 de julho, devido a agendas externas, portanto não participaram da manobra: Fátima Bezerra (PT/RN)  e Acir Gurgacz (PDT-RO).
2) Consequentemente,  nove compareceram. Nunca a CPI do HSBC teve quórum tão alto.
3) De 24 de março de 2015, quando foi instalada no Senado, a 16 de julho, a CPI do HSBC realizou onze reuniões. No entanto, entre 5 de maio e o final de junho, nenhuma. Foram 49 dias sem uma única sessão.
4) Três senadores protocolaram então requerimento extra-pauta, para que fossem reconsideradas as aprovações de quebra de sigilo dos seis correntistas citados acima. Objetivo óbvio:  livrar a cara dos seis.
Ciro Nogueira (PP-PI) agiu em socorro do empresário Jacks Rabinovich.
Davi Alcolumbre (DEM /AP) intercedeu por quatro: Jacob Barata e os filhos David, Jacob e Rosane.
Paulo Bauer (PSDB/SC) tirou da fogueira Paula Queiroz Frota, simplesmente a cunhada de  outro senador também tucano. Paula é irmã de Renata Queiroz Jereissati, esposa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ambas são filhas de Yolanda Vidal Queiroz, que também tinha conta no HSBC de Genebra.
O resultado, todos já conhecem: 7 a 1, a favor da manutenção do sigilo bancário desses seis correntistas.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi o único que votou pela quebra do sigilo de cinco dos seis correntistas mencionados. Ele se absteve na votação referente a Paula Queiroz Frota, cunhada do colega Tasso Jereissatti.
Além de Ciro Nogueira, Davi Alcolumbre  e Paulo Bauer, votaram a favor da manutenção do sigilo, contrariando a decisão do STF, mais quatro senadores:
* Ricardo Ferraço (PMDB/ES), por sinal relator da CPI do HSBC
* Otto Alencar (PSD/BA)
* Blairo Maggi (PR/MT)
* Sérgio Petecão (PSD/AC)
Para que os eleitores não  se esqueçam, repetimos os nomes dos sete integrantes da bancada da pizza da CPI do HSBC: Ciro Nogueira, Davi Alcolumbre, Paulo Bauer, Ricardo Ferraço, Otto Alencar, Blairo Maggi e Sérgio Petecão.
– E o senador Paulo Rocha (PT-PA)?
Devido à condição de presidente de CPI, ele não votou.
Segundo matéria do jornalista Fernando Rodrigues,  no UOL, “a operação abafa foi comandada pelo petista Paulo Rocha”.
Ao Viomundo, Paulo Rocha, via sua assessoria de imprensa, nega.
Em texto que nos foi encaminhado, a assessoria do senador do Pará ainda explica:
O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), foi questionado sobre qual seria sua interpretação quanto à revogação das quebras de sigilos já aprovadas há uma semana. O senador observou que, desde o início dos trabalhos, garantiu que iria dirigir os trabalhos sem transformar a CPI num palco, sem espetáculo, assegurando amplo direito de defesa e evitando que direitos individuais fossem colocados em xeque.
“Assim me comportei na reunião de hoje. No entanto, acho que dada às dificuldades das informações que a CPI têm, e que mexem com direitos individuais e coletivos, é claro que a CPI tem momentos de firmeza e momentos de dúvida, justamente por causa das fragilidades dos documentos que são enviados para cá”, afirmou.
Em tempo, quatro questões:
Com essa bancada da pizza tão “generosa” com os suspeitos de contas fraudulentas no HSBC, você ainda acredita que essa CPI vá investigar e revelar outros brasileiros que usaram o banco suíço para lavagem de dinheiro e evasão de divisas? Sinceramente, esta repórter acredita que não.
Depois desse abafa organizado, a CPI do HSBC ainda teria condições morais de levar o seu trabalho adiante?
Mas será que ela vai se dispor de agora em diante a fazer um trabalho realmente sério, sem aliviar para  financiadores de campanha, amigos e parentes de senadores e donos da mídia,  por exemplo?
Como ficará a situação dos seis correntistas já beneficiados pela bancada da pizza? Suas contas no HSBC de Genebra ficarão realmente livres de qualquer investigação?
Aguardemos os próximos passos.

terça-feira, 28 de julho de 2015

O desemprego no Brasil e na Europa: onde mesmo está a crise?

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Taxas na França, Portugal, Itália, Espanha e Grécia são bem mais altas do que a do país.
Jornal do Brasil
Os últimos números divulgados pelo IBGE apontam que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,9%, em junho. Internamente, a taxa é alardeada como claro sinal de uma grave crise econômica. Contudo, quando comparamos a taxa do Brasil com as da Europa, é claro constatar que a situação no Brasil está longe de ser alarmante, como insistem em afirmar.
Na França, onde não se houve falar de crise econômica, a taxa foi de 10,3% em maio. No Reino Unido e na Alemanha, países que estão longe de sofrer com as recentes turbulências, os percentuais são de 5,6% (abril) e 4,7% (maio), respectivamente.
Na Itália, a taxa foi de 12,4% em maio, e em Portugal, de 13,2% no mesmo mês. O cenário é ainda mais dramático na Espanha: 22,5% em maio; e na Grécia: 25,6% em abril.

Moro tomou um ponto do PIB ? É pouco !​

Vai ser muito mais !



O maior interessado no impítim da Dilma não é o patético Aecím.

São as organizações (sic) Globo.

Mesmo depois da inexplicável vitória provisória no Supremo, com que pretende fechar o Google no Brasil, a Globo não resiste até 2018.

A Globo precisa de toda a verba da SECOM – não basta a que tem agora, que já lhe enche o saco de dinheiro -, do guichê do BNDES, do BB, da Caixa, que lhe “financiou” o Projac, e do Banerj (que idem)…

(Sobre as bem-sucedidas relações da Globo com os bancos estatais – nessas horas eles são estatizantes – leia o próximo livro “O Quarto Poder – uma outra história” de Paulo Henrique Amorim, que breve se lançará.)

Se tem uma coisa de que os Marinho gostam é de banco estatal !

Por isso, a Globo transformou o mensalão (o do PT, porque o do PSDB sumiu como a audiência do jn) no “maior julgamento da História” (pobre Nuremberg !).

E fez da Lava Jato uma “crise política”.

A Globo não aguenta até 2018.

(O Valdir Macedo, informante valioso do Conversa Afiada, repete que não se interessa pela Globo: a audiência não paga a folha salarial…)

Então, a Globo anuncia na manchete do jornal impresso (em fase terminal) que a Dilma disse na reunião de “coordenação” (sic) política que “a Lava Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro”.

É pouco !

Vai ser muito mais !

Nada que se compare ao apagão do Príncipe da Privataria, que roubou, no mínimo, dois pontos percentuais do PIB.

É pouco, porque o objetivo submerso, no pré-sal do Juiz da Vara de Guantánamo, dos valentões – veja na TV Afiada – da Polícia Federal do e dos Procuradores fanfarrões é extinguir a População Economicamente Ativa, a PEA, assim como os militares de 64 extinguiram Panair do Brasil e a TV Excelsior, que impediria a TV Globo de ser o que é.

O trabalho da Vara do Moro – devidamente desmoralizado pelos advogados da Odebrecht – é, primeiro, quebrar o Brasil.

Depois, derrubar a Dilma.

E depois ?

Depois, o que vier tá bom !

E a Lava Jato vai destruir mais que um ponto do PIB, porque o Governo Dilma não reage, fica trancado no Palácio !

Não reagiu ao mensalão e não reage à Lava Jato.

Como se o mensalão e  a Lava Jato fossem processos judiciais.

Dois Golpe de Estado realizados em sua quase-plenitude e o Governo Dilma sentado nas mãos !

Nas mãos de um ministro da Justiça como o zé.


Paulo Henrique Amorim

A crise é gravíssima




Policial federal que acompanha presos da Lava Jato é alvo de processos por corrupção

Newton Ishii chegou a ser expulso da corporação
MURILO RAMOS E NONATO VIEGAS
Newton Ishii acompanha Marcelo Odebrecht (Foto: Geraldo Bubniak)
Sabe o agente da Polícia Federal que aparece em quase todas as fotos ao lado dos presos da Lava Jato que chegam à superintendência da PF em Curitiba? Pois é, o nome dele é Newton Ishii. Ingressou na corporação em 1976. Em 2003, sofreu um grande baque. Foi preso pela própria PF durante a Operação Sucuri, suspeito de integrar uma quadrilha que realizava contrabando na fronteira do Brasil com o Paraguai. Acusado de corrupção, chegou a ser expulso da PF. Ishii responde a processos criminal e civil, além de uma sindicância. Reintegrado, a Polícia Federal diz que Ishii goza de confiança da direção (!!) e é um excelente profissional (!!!).

segunda-feira, 20 de julho de 2015

MÍDIA ESCONDE: 7.800 KM DE CONEXÃO POR FIBRA ÓTICA SENDO INSTALADA NA AMAZÔNIA




Programa Federal espalha fibra ótica pela Amazônia através dos rios.

"O 'Jornal Nacional' esconde, a gente mostra:

O programa "Amazônia Conectada" vai instalar 7,8 mil quilômetros de cabos de fibra óptica nos leitos dos rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus, interligando 52 municípios e atendendo 3,8 milhões de pessoas da região. É o maior programa de expansão das comunicações na Amazônia Ocidental.

Coordenado pelo Ministério da Defesa, planejado e conduzido pelo "Centro Integrado de Telemática do Exército", o objetivo é levar internet de alta velocidade a regiões de difícil acesso e municípios muito distantes entre si. Para se ter uma ideia, o estado do Amazonas apesar das dimensão continental tem apenas 62 municípios, e a rede alcançará mais de 80% deles.

Possibilitará serviços de telemedicina, telesaúde, ensino à distância, entre outros, para populações ribeirinha e indígena, escolas, bases militares e outros órgãos públicos.

Na quinta-feira (16), em Manaus (AM), houve a cerimônia de inauguração do primeiro trecho piloto já pronto e do lançamento do programa para estender pelas 5 infovias, uma em cada rio.

A vantagem de usar o leito dos grandes rios é o baixo custo e o impacto ambiental ser zero para construir redes de grande alcance. O próprio peso do cabo de fibra ótica o mantem no fundo do rio, sem necessidade de obras e sem danos ambientais.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, falou das vantagens tanto para a população civil como para a segurança nacional: “O programa possibilita a integração da região e vai trazer mais dignidade e resgate do povo amazônico (...) O programa vai dar mais capacidade de monitorar a região, com tráfego de informações seguro e veloz”, acrescentou.

Wagner ainda anunciou a implantação do segundo trecho de 200 km, de Coari a Tefé, com investimentos de R$ 15 milhões. Orçado inicialmente em R$ 1 bilhão, o custo total do programa deve ser reduzido na ordem de R$ 500 milhões, com previsão de conclusão em três anos.

Parceria

Durante a solenidade, foi assinada uma portaria conjunta entre os Ministérios da Defesa, Comunicações e Ciência e Tecnologia que determina a criação da politica de gestão do "Amazônia Conectada". A partir daí, será criado um grupo de trabalho conjunto para definir qual será a atribuição de cada ministério.

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, falou sobre a importância do Programa. "A questão das comunicações é crucial para a integração do povo brasileiro. A missão dada pela presidenta Dilma é construir os mecanismos para garantir internet em banda larga para todos os brasileiros a custos acessíveis", afirmou o ministro, durante o evento no Comando Militar da Amazônia.

"A Amazônia não é só um território, é ela que dá a toda a população brasileira o sentido de grandeza do nosso País", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. (informações do Portal Brasil)

Para conhecer mais o projeto visite o site do Amazônia Conectada.

FONTE: do blog "Os amigos do Presidente Lula"

esse timbó tá mais para ebó!

Promotor que abriu inquérito contra Lula responde a processo por não trabalhar



Promotor que abriu inquérito contra Lula responde a processo por não trabalhar. É a guerra do MP!

O Instituto Lula publicou nota dizendo que a abertura de inquérito contra o ex-presidente é resultado da ação de atropelo do Procurador Valtan Timbó Mendes Furtado sobre os prazos, ainda em curso, determinados pela titular do caso, a procuradora da República Mirella de Carvalho Aguiar.

As informações pedidas por ela foram, tempestivamente, entregues a menos de uma semana e sequer foram devidamente analisadas.

O que fez, então, o sr. Dr. Timbó correr deste jeito?

Andar depressa com processos não é da tradição do Dr. Timbó.

Ou será que a sua atitude é parte da guerra interna da Procuradoria, às vésperas do processo eleitoral interno?

Dou um doce para quem me disser porque o Dr. Timbó teve publicada, há dez dias, a abertura de um Processo Administrativo contra ele pela Corregedoria Geral do Ministério Público, órgão diretamente ligado a Rodrigo Janot.

Adivinhou?

Negligência!

O Dr. Timbó ” foi negligente no exercício das suas funções ministeriais, tendo em vista o atraso ao dar andamento em 245 (duzentos e quarenta e cinco) feitos que estavam sob a sua responsabilidade, conforme conclusão da Comissão de Inquérito Administrativo, composta por Membros do ministério Público Federal”, diz o despacho publicado na página 59 do Diário Oficial da União, parte 2, no dia 6 de julho último.

E, agora, o lento Dr. Timbó resolveu “correr”, ao ponto de desrespeitar a promoção de uma colega, que estendia o prazo de exame das informações e que, antes, já havia dito que a “notícia de fato” que se baseava exclusivamente em notas de jornais e da revista época não oferecia base a abertura de inquérito.

Leia aqui a cronologia dos fatos publicada pelo Instituto Lula. 

Mas, se quiser, dispense detalhes.

Timbó está “mordido” em ter sido apontado como desidioso publicamente, embora não tenha sido um ato pessoal do Corregedor, mas a avaliação de uma comissão  seus próprios colegas.

É isto o retrato preciso do arbítrio que se instaurou com o “todo poder aos promotores”.

Um ato disciplinar, interno, pode ser o motivo de se criar uma crise política em torno do maior líder político brasileiro, com recortes vagabundos de jornal apenas a ampará-lo.

É isso aí: Timbó, o lento, é a esperança do Brasil…

Se não fosse uma tragédia, daria uma boa piada.
Dr. Timbó no batente

CORREGEDORIA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
PORTARIA Nº 62, DE 3 DE JULHO DE 2015

O CORREGEDOR NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, com fundamento no artigo 130-Aparágrafo 2º, inciso III, e parágrafo 3º, inciso I, da Constituição da República e nos artigos 18, inciso VI, 77, inciso IV, e parágrafo 2º e 89, parágrafo 2º, todos da Resolução nº 92, de 13 de março de 2013 (Regimento Interno do Conselho Nacional do Ministério Público) e com base na Reclamação Disciplinar nº CNMP 0.00.000.001022/2014-09,resolve:
1. Instaurar Processo Administrativo Disciplinar em face do Procurador da República no Distrito Federal, VALTAN TIMBÓ MARTINS MENDES FURTADO, em razão dos seguintes fatos:
"No período compreendido entre 05 de maio de 2004 a julho de 2015, portanto, por mais 11 (onze) anos, o Procurador da República no Distrito Federal, VALTAN TIMBÓ MARTINS MENDES FURTADO, foi negligente no exercício das suas funções ministeriais, tendo em vista o atraso ao dar andamento em 245 (duzentos e quarenta e cinco) feitos que estavam sob a sua responsabilidade, conforme conclusão da Comissão de Inquérito Administrativo, composta por Membros do ministério Público Federal, e de acordo com a tabela em anexo."
2. Indicar, atendendo à exposição das circunstâncias dos fatos acima realizada, que o Procurador da República no Distrito Federal, VALTAN TIMBÓ MARTINS MENDES FURTADO, em virtude de prática, em tese, da falta funcional prevista no art. 241, inciso I, da Lei Complementar n. 75/93, punível com advertência, uma vez que foi negligente no exercício da função, tendo em vista o atraso ao dar andamento em 245 (duzentos e quarenta e cinco) feitos que estavam sob a sua responsabilidade.
ALESSANDRO TRAMUJAS ASSAD
Ministério Público da União

quinta-feira, 16 de julho de 2015

'A dívida do Brasil é mais onerosa do que a da Grécia', diz especialista

'Nenhum país do mundo paga mais juros do que o Brasil. Nem a Grécia. E não existe justificativa para o escândalo que são as taxas de juros no Brasil'


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Najla Passos
Roberto Stuckert Filho/ PR
A crise econômica provocada pela expropriação de recursos públicos via sistema da dívida é tão grave no Brasil quanto na Grécia. O alerta parte da auditora aposentada da Receita, Maria Lúcia Fattorelli, a brasileira convidada pelo Syriza para integrar a Comissão da Verdade da Dívida da Grécia. Para ela, não é exagero nenhum dizer que “o Brasil é a Grécia da vez”. “A dívida pública brasileira é mais onerosa do que a grega”, compara.

De acordo com Fattorelli, a crise grega parece mais profunda aos olhos do mundo porque ocorreu em um curto espaço de tempo, de 2010 e para cá. Já no Brasil, a crise vem se diluindo desde a década de 1980, com momentos melhores e piores, mas sempre marcados pela alta taxa de transferência dos recursos públicos para as mãos privadas. “Nós estamos vivendo uma sucessão de ajustes fiscais e planos de austeridade desde a década de 1980”, lembra ela.

A auditora acrescenta que o Brasil é a 7ª economia do mundo, mas tem o 79º pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dentre os países da ONU. “O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Isso faz algum sentido? Para onde está indo toda essa riqueza produzida no país?”, provoca. Fattorelli questiona também os índices brasileiros relativos à educação, ao acesso à saúde e moradia, além dos que comprovam a escalada da violência.

“Se você olhar os índices aqui no Brasil, vê que se trata de um país em crise. Estamos em processo de desindustrialização. O desemprego é crescente. Cerca de 12 mil pessoas perdem emprego por dia e não tem perspectiva de ter outro. O nível dos salários no Brasil é uma vergonha. E por aí vai. Lá na Grécia teve redução salarial e de aposentadorias. Aqui, vão tornar oficial esta possibilidade. E por que isso? Por que todo esse sacrifício imposto ao povo? Por causa de uma crise financeira causada por uma dívida ilegal”, acrescenta.

Juros altos

Para a especialista, a crise econômica brasileira está diretamente ligada à questão dos juros altos, que fazem que o bolo da dívida aumente de forma muito rápida e obriga o país a abrir mão de seu patrimônio para pagá-los. “Nenhum país do mundo paga mais juros do que o Brasil. Nenhum. Nem a Grécia. E não existe justificativa para o escândalo que são as taxas de juros no Brasil, tanto os incidentes sobre a dívida pública quanto aqueles pagos pela sociedade em geral”, denuncia.

A auditora avalia que a situação do Brasil só não é tão desesperadora quanto a da Grécia porque o país ainda tem muito patrimônio para entregar, como de fato está entregando, principalmente por meio dos programas de concessões. “Ao contrário do que o governo diz, concessões são privatizações sim. Se você olhar no dicionário, a concessão é um dos tipos de privatização”, observa.

Além das privatizações, Fattorelli classifica a exportação de produtos primários, em especial o minério, como parte do processo de expropriação das riquezas do país via sistema da dívida pública. “É a entrega das nossas riquezas minerais por centavos. E já vai tudo lavadinho, usando a água que já falta em várias regiões e contaminando os lençóis freáticos. Então, é preciso compreender que a exploração financeira está diretamente ligada a essa exploração dos recursos naturais que, no fundo, é o que o capital quer”, afirma.

A “obra” de Sérgio Moro já destruiu 14 mil empregos nos estaleiros

Fernando Brito
maricachegando
O navio aí em cima, o Cidade de Maricá, é uma bela imagem, e está sendo completado a todo vapor, mas é uma exceção. Ele está atracado ao lado do Estaleiro Mauá, que vive o drama de uma pré-falência, mesmo com três navios tanque em seu cais, quase prontos, esperando os acabamentos para que possam levar derivados leves de petróleo. Estão parados, como parados estão os mil trabalhadores do estaleiro.
O Sindicato da Construção Naval divulgou, semana passada, os números do emprego nos estaleiros.
De dezembro a junho deste ano, os estaleiros, em todo o país, fecharam 14.472 postos de trabalho: o número de trabalhadores caiu de 82.474 para 68 mil, agora.
A quatro pessoas na família de cada trabalhador desempregado, são perto de 60 mil brasileiros  em dificuldades.
E uma inflexão na chamada “curva de aprendizado” essencial para o desenvolvimento tecnológico da construção de navios que cobrará seu preço por muito tempo depois da esperada recuperação do setor.
empregoestaleirosOs dados do Sindicato confirmam aquilo que se escreveu aqui há 15 dias: já perdemos dois anos de avanços na cadeia industrial ligada ao petróleo, ao menos em matéria de emprego, como você vê no quadro ao lado, na primeira queda, em uma década, do número de trabalhadores na construção naval, como você vê no quadro ao lado.
O Brasil perdeu sondas e cascos de navios-plataforma quem diante das dificuldades dos fornecedores nacionais, tiveram de ser encomendados na Ásia.
Logo, com a entrada de operação de novos poços, vamos precisar de navios de grande porte, os “aliviadores”, que recolhem o petróleo nos navios-plataforma e o transporta para as refinarias ou os leva aos terminais de exportação.
Se não recuperarmos rapidamente a nossa capacidade de produzir grandes embarcações, teremos de recorrer a afretamentos no estrangeiro.
E indústria naval não é algo que se reconstrua do dia para a noite.
Aí está o resultado da devastação provocada por  uma investigação conduzida de forma a fazer de todos suspeitos ou culpados antecipadamente, como faz o Dr. Sérgio Moro.
Ele, realmente, faz diferença.
Para pior.

A descoberta que a Monsanto não gostaria que fosse à público

catado no feicibuqui do João Lopes
Quando o assunto é a fome no mundo, a influência das grandes empresas de biotecnologia e agricultura é inegável. Segundo um relatório da ONG Action Aid, cinco empresas controlam 90% do comércio de grãos no mundo, enquanto que seis são responsáveis por 75% da venda de pesticidas.  A maior delas, sem dúvida, é a Monsanto, líder na venda de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas. Mas e se a ciência descobrisse uma forma mais barata e saudável de combater as pragas em lavouras, o quanto isso impactaria a qualidade e a disponibilidade de alimentos?

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O norte-americano especialista em fungos Paul Stamets descobriu um jeito de fazer isso e não é de se duvidar que ele esteja na lista de arquiinimigos dessas empresas. Após longas pesquisas, o cientista descobriu como usar o poder dos cogumelos para controlar cerca de 200 mil espécies de insetos e pragas, protegendo permanentemente as plantações.

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Em uma palestra no TED, ele explica que, basicamente, os fungos chamados de entomopatogêncios atraem os insetos, os ingerem e os transformam também em fungos, criando um ciclo de proteção que é útil não só para agricultura, mas também para o controle de doenças – este também poderia ser o fim de mosquitos transmissores da dengue ou da malária, por exemplo. “E então, uma delicada dança entre jantar e morte, o micélio [fungo] é consumido pelas formigas, elas se tornam mumificadas e, tchan, um cogumelo brota de suas cabeças“, afirma Stamets, que tem plena consciência de que suas descobertas poderiam virar de cabeça para baixo os negócios de empresas como a Monsanto.

O fundo do poço: criminosos discutem derrubada do governo abertamente


"O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reuniu-se com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e com o deputado Paulinho da Força (SD-SP), dirigente da segunda maior central sindical do país, para avaliar, entre outros temas, cenários da atual crise política, incluindo um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.” É texto da Folha de hoje. É a medida da aberração em que vivemos. Três elementos que em uma civilização que fosse digna de ser civilizada estariam sendo investigados ou enjaulados posando de reservas éticas da nação e avalistas da "democracia". É, de fato, o fundo do poço.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Não somos nazistas: Judeus e petistas



Impeachment amplo, geral e irrestrito

Florestan Fernandes Junior


Provocações

Impeachment amplo, geral e irrestrito

Tenho uma proposta para os que defendem o impeachment da presidente reeleita com 54 milhões e meio de votos: que todos os políticos, sem exceção, eleitos com financiamento de bancos, empreiteiras e empresas que prestaram serviços em obras públicas estaduais, municipais e federais percam seus mandatos e fiquem inelegíveis por 10 anos. Que todos os partidos que aceitaram recursos dessas empresas na eleição passada percam seus registros. Os poucos que restarem dessa peneira irão administrar o país no período de seis meses até que uma reformulação partidária seja feita. Vocês acham que situação e oposição aceitariam a proposta?

Os patetas e o golpe

O grande líder oposicionista, candidato derrotado por Dilma Rousseff na eleição do ano passado, Aécio Neves, diz em entrevista, que foi reeleito "presidente da República" - e não do PSDB. 

Não contente com seu ato falho, comete mais um, ao afirmar que a agremiação que preside é "o principal partido de oposição ao Brasil".

Em outro momento que revela o nível de piração dessa turma que quer jogar na lama os votos de 54 milhões de brasileiros, o jornalista (sic) Carlos Alberto Sardenberg, ao fazer um comentário para a CBN, a "rádio que troca a notícia", revela, para espanto geral, que a Grécia chegou ao ponto que chegou por culpa de Dilma e Lula!

E tem mais: há poucos dias, a pretexto de justificar a prisão do manda-chuva da Odebrecht, o juiz Moro, afirma que temia que as empreiteiras, se participassem do recém-lançado programa de concessões do governo federal, poderiam continuar com suas "práticas corruptas". 


Pois é.

Está certo que a lógica nunca foi o forte dos brasileiros, que, por exemplo, votam em estelionatários para que eles combatam a corrupção.

Mas mesmo a incoerência, a desfaçatez, ou simplesmente a mentira, têm seus limites.

Esse festival de besteiras promovido pela oposição é, antes de mais nada, um acinte a qualquer pessoa que tenha dois neurônios intactos, em funcionamento.

Dar um golpe de Estado, derrubar uma presidenta reeleita em eleições limpas, até mesmo promover uma volta às trevas, pode parecer uma tarefa relativamente fácil para quem tem o controle da mídia, o cofre cheio, uma legião de adeptos boçais - ou seja, recursos materiais sem conta.

Antes de mais, nada, porém, é necessário, para que o assalto à democracia não seja no passo sombrio e sangrento dos coturnos, que ele tenha algum resquício, alguma aparência de legalidade.

Só que esse plano, para ter sucesso, precisa ser conduzido por pessoas com um certo grau de inteligência - e não por patetas que se julgam gênios da raça.

Do jeito que vai indo, sob a liderança de Aécios, Sardenbergs e Moros, ele está destinado a ser mais um retumbante fracasso - entre tantos outros que a plutocracia brasileira coleciona nestes últimos anos.

O que Goebbels ensinou à Globo

Principio do Kamel: abuse da palavra “crise” ! Tudo é crise ! – PHA

O Conversa Afiada reproduz excelente contribuição do amigo navegante ocator:


Conhece Joseph Goebbels, o violento ministro de propaganda de Hitler? Estes são os 11 princípios que levaram o povo alemão a tentar exterminar à humanidade:

1.- Principio da simplificação e do inimigo único.
Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

2.-Princípio do contágio
Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem. Colocar um antes perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.

3.-Princípio da Transposição
Transladar todos os males sociais a este inimigo.

4.-Princípio da Exageração e desfiguração
Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “O que nos acontecerá?”

5.-Princípio da Vulgarização
Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.

6.-Princípio da Orquestração
Fazer ressonar os boatos até se transformarem em noticias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’, pigal.

7.-Principio da Renovação
Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

8.-Princípio do Verossímil
Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.

9.-Principio do Silêncio.
Ocultar toda a informação que não seja conveniente.

10.-Principio da Transferência
Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes

11.-Princípio de Unanimidade
Busca convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.


Qualquer semelhança com as práticas do PIG é pura coincidência….

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Carta aos delcídios do PT

Como detonar o entreguismo do Cerra, o que vendeu a Vale a preço de banana.

Ilustração do twitter de Graça Vieira


Saiu no blog Desenvolvimentistas:


Petrobras – Carta aberta aos senadores


Por Paulo Cézar, edição de Adriano Benayon


Prezados senhores senadores, venho através deste, como cidadão, me manifestar a respeito do Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/2015 de autoria do senador José Serra, que extingue a obrigatoriedade de participação da Petrobras como operadora única na exploração de campos do pré sal. Na justificativa, o senador agride a Petrobrás, afirmando ser ela uma “empresa endividada, que apresenta sérios problemas de gestão, está inundada por denúncias de corrupção e com enorme dificuldade de geração de caixa”.

A Petrobrás tem, hoje, cerca de R$ 68 bilhões em caixa; a Companhia é líder mundial na exploração / produção de petróleo em águas profundas; em apenas 8 anos já está produzindo, no pré-sal, mais de 700 mil barris de petróleo dia. (1). No Golfo do México foram necessários 20 anos para atingir a marca de 500 mil barris, e no Mar do Norte 10 anos. E com um fato inegável e que vai na contramão das justificativas apresentadas pelo (PLS) 131/2015: Enquanto no Mar do Norte e no Golfo do México havia várias empresas explorando, no Brasil a Petrobras é operadora única, e mesmo assim foi muito mais eficiente (2).

Apenas no primeiro trimestre de 2015 já foram investidos pela Petrobras aproximadamente US$ 5 bilhões de dólares na exploração de petróleo no Brasil (1).Em 3 meses, prezados senadores, a empresa investiu na exploração do petróleo nacional mais do que a multinacional Shell em 15 anos de operação no Brasil. “Desde 1998, a Shell já investiu mais de US$ 4,4 bilhões em sua atuação de upstream no Brasil.” (3)

Com relação ao citado “endividamento” da Petrobras, é extremamente necessário contextualizá-lo. Ora senhores senadores, este endividamento está diretamente ligado ao aumento expressivo de investimentos da Petrobras nos últimos anos, investimentos esses que já estão dando retorno, como mostram os dados citados acima a respeito de recordes na produção do pré-sal. Além disso, senhores, há uma omissão grave no cálculo do endividamento da Petrobras através do percentual de alavancagem. Segundo o PhD na área de petróleo e gás, Paulo César Ribeiro Lima, deveriam ser contabilizados no patrimônio liquido da companhia os barris de Petróleo que foram cedidos a empresa através da cessão onerosa, mesmo utilizando um valor de barril muito menor do que o valor de mercado, pelos recursos estarem ainda “in situ”, inexplorados, o patrimônio liquido da empresa poderia triplicar, diminuindo e muito o percentual de alavancagem e dando uma situação mais realista da empresa hoje.(4) Situação que hoje distorcida, esta sendo utilizada para justificar uma medida que prejudica o País e a empresa.

Se não bastam esses fatos reais apresentados acima, que desmistificam e contrapõe as justificativas apresentadas para a aprovação do (PLS) 131/2015, ainda temos outros motivos de ordem financeira para o País. Segundo estimativa da Associação dos Engenheiros da Petrobras o País poderá perder cerca de US$ 12 trilhões de dólares ao retirar da Petrobras a responsabilidade pela operação única da exploração do Pré Sal (5). De acordo com o vice-presidente da AEPET, Fernando Siqueira, somente em royalties o Brasil deixaria de arrecadar US$ 1,8 trilhão. Isto porque as fraudes na medição do petróleo extraído e nos custos de produção costumam ficar entre 30% e 50% do que é produzido, algo que não acontecerá se a Petrobrás continuar no controle. “O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a quem caberia a função de fiscalizar, já se mostrou omisso”, resumiu, acrescentando que a Petrobrás como operadora única garante também o domínio da tecnologia e incentiva a inovação, que garantiu prêmios e recordes à Companhia.(5)

Como se vê, senadores, há perda financeira enorme para o Brasil, e não somente financeira, mas tecnológica, pois com a operação única a inovação da Petrobras, já amplamente premiada mundialmente, é incentivada, gerando conhecimento no País, e por consequência empregos de maior qualidade e desenvolvimento científico que é fundamental para a melhora da competitividade do País.

Tão gigantescas como são, as perdas financeiras e tecnológicas não estão sozinhas. Há um componente estratégico enorme nessa questão. Em primeiro lugar, senadores, temos que analisar o mercado mundial de Petróleo para entendermos melhor a questão. Estamos num contexto de baixa nos preços mundiais do Petróleo, muito por conta da inundação do mercado mundial pelo shale oil, proveniente de areias e rochas betuminosas da America do Norte. Esse óleo altamente poluente tem custos altíssimos de produção, tanto financeiros como ambientais, muito acima dos custos do pré-sal. O custo de extração da Petrobras está em US$ 9,00 por barril no pré-sal (6), enquanto o shale oil tem custo entre US$ 60 e US$ 80 o barril (7). Para o PhD na área de petróleo e gás, Paulo César Ribeiro Lima, este custo é factível, pois é possível recuperar a mesma quantidade de barris de óleo por dia no pré sal com muito menos poços, do que normalmente ocorre em outras áreas semelhantes. “Isso aqui é um verdadeiro tesouro”, afirmou.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Duvivier: nos países em que você lava a própria privada, ninguém mata por uma bicicleta

 
Sanguessugado do DCM
De sua coluna na Folha:
Cara elite,
sei que não é fácil ser você. Nasci de você, cresci com você, estudei com você, trabalho com você. Resumindo: sou você. (Vou fazer uma camisa: “Je suis elite”). Sei que você (a gente) quer o bem do país.
Sei que era por bem que você não queria abolir a escravidão. “Se a gente tiver que pagar pelo serviço que os negros faziam de graça, o país vai quebrar.” Você não queria que o Brasil quebrasse. Você não precisava ficar nervoso: o Brasil não quebrou.
Sei que era por bem que você pediu um golpe em 64. Você tinha medo do Jango, tinha medo da reforma agrária, tinha medo da União Soviética. Sei que depois você se arrependeu, quando os generais começaram a matar seus filhos. Mas já era tarde.
Sei que você achou que o Collor era honesto. Sei que você achou (acha?) que o Lula é um braço das Farc, que é um braço do Foro de São Paulo, que é um braço do Fidel, que é um braço da Coreia do Norte. Sei que você ainda tem medo de um golpe comunista -mesmo com Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Sei que você tem medo. E o seu medo faz sentido.
Não é fácil ser assaltado todo dia. Dá um ódio muito profundo (digo por experiência própria). A gente comprou um iPhone 6 com o suor do nosso rosto -e pagou muitos impostos. Sei que nessas horas dá uma vontade enorme de morar fora.
Você sabe que lá fora você pode abrir seu laptop na praça, pode deixar a porta aberta, a bicicleta sem cadeado. Mas lá fora, não esqueça, é você quem limpa a sua privada. Você já relacionou as duas coisas?
Nos países em que você lava a própria privada, ninguém mata por uma bicicleta. Nos países em que uma parte da população vive para lavar a privada de outra parte da população, a parte que tem sua privada lavada por outrem não pode abrir o laptop no metrô (quem disse isso foi o Daniel Duclos).
Não adianta intervenção militar, não adianta blindar todos os carros, não adianta reduzir a maioridade penal (SPOILER: isso nunca adiantou em lugar nenhum do mundo).
Sabe por que os milionários americanos doam tanto dinheiro? Não é por empatia pelos mais pobres. Tampouco tem a ver só com isenção fiscal. Doam porque sabem que, quanto mais gente rica no mundo, mais gente consumindo e menos gente esfaqueando por bens de consumo.
Um pobre menos pobre rende mais dinheiro para você e mais tranquilidade nos passeios de bicicleta. A gente quer o seu (o nosso) bem. É melhor ser a elite de um país rico do que a de um país pobre.

'Dá para pegar ele'

De novo agora todos os latidos, mandíbulas, miras, gatilhos, patas, línguas espumosas, risos gordurosos, emboscadas e dardos convergem em sua direção.

por: Saul Leblon


Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Um juiz estala os dedos, a ordem se propaga pelo dispositivo midiático conservador.

A ordem é disseminada por um colunista especializado na arte dos ganidos demarcatórios.

‘(O juiz) acha que dá para pegar ele’, uiva entre espasmos de ansiedade e sofreguidão.

A mensagem ganha diferentes versões no dispositivo midiático.

Contra Getúlio, Juscelino e Jango era Lacerda principalmente quem dava a cadência das senhas golpistas.

Lacerda agora é o jornalismo; os colunistas, em especial, seu autofalante mais exclamativo.

Ao ‘salve geral’ narrativas são adaptadas ao sotaque de cada público específico. Desde a mais crua, às colunas especializadas em dizer o mesmo com afetação pretensamente macroeconômica ou jurídica.

A mensagem é a mesma: ‘Dá para pegar ele’.

‘Ele’ é o troféu mais cobiçado, a cabeça a ser pendurada no espaço central da parede onde já figuram outras peças  embalsamadas pelos taxidermistas a serviço da caçada ininterrupta do conservadorismo na história do país.

Mas falta a dele, uma cobiça acalentada pelos quase dez anos que remontam a 2005/ 2006.

‘Ele’?

Lula.

O metalúrgico que ascendeu ao posto de maior líder político do país desde Getúlio Vargas, e cuja morte política já foi uivada pela matilha um sem número de vezes.

De novo agora todos os latidos, mandíbulas, miras, gatilhos, patas, línguas espumosas, risos gordurosos, emboscadas e dardos convergem em sua direção.

Mas há uma novidade na sofreguidão dos latidos.

Erros cometidos em inéditos doze anos de poder do maior partido de trabalhadores da América Latina, emergiram com força do chão movediço da crise mundial, contra a qual os recursos da resistência do Estado brasileiro se esgotaram.

O problema principal não é o ajuste que sucedeu a isso.

Não é Dilma.

Seu governo, a composição, a política em curso refletem um flanco anterior mais grave que pode ser sintetizado no distanciamento orgânico entre ‘a caça’ e seu imenso entorno popular.

É esse distanciamento que o ajuste em curso espelha, ao mesmo tempo em que age para aprofunda-lo.

E é ele também que explica os ganidos em decibéis crescentes, o cheiro forte de urina demarcando o território conquistado no avanço ininterrupto do tropel.

Mas não sem dificuldade.

O ciclo iniciado em 2003 tirou algumas dezenas de milhões de brasileiros da pobreza; deu mobilidade a outros tantos milhões na pirâmide de renda.

A inclusão foi tão expressiva que sob a cortina de fogo impiedosa do monopólio midiático há quase uma década, acuado, ferido e enxovalhado noite e dia, sem espaço de resposta, Lula ainda figura como o nome que parte com 25% dos votos nas sondagens da corrida presidencial para 2018, contra 35% de Aécio Neves.

Mas a direita sabe que isso é pouco para ele reverter.

Com acesso diário à tevê hoje sonegado, ao rádio e ao debate num cenário econômico que dificilmente será pior do que o atual, os dez pontos da vantagem do tucano – segundo o Datafolha -- podem derreter em questão de dias.

Então é preciso liquidar a fatura hoje. Agora. Na janela de oportunidade entre o vácuo orgânico criado em torno da presa e a próxima temporada de imersão no oceano popular.

‘(O juiz) acha que dá para pegar ele’, telegrafa o colunista que alardeia intimidades com a caçada e objetivamente compõe o galope.

A disjuntiva ‘combate à corrupção’ versus ‘ impunidade’ serve para aspergir legalidade ao tiro ao alvo em marcha que busca a cabeça encomendada para figurar na parede dos abates ilustres de Getúlio, Jango, entre outros.

Passar a limpo a política brasileira?

Fosse essa a motivação a força-tarefa que hoje se esfalfa em caçar Lula cerraria fileiras para criar travas à presença do dinheiro grosso nas campanhas eleitorais.

Promoveria uma reforma capaz de dificultar siglas caça níqueis. Endossaria o clamor por uma democracia mais aberta à participação da população, ora resumida ao comparecimento esporádico às urnas.

Não, não é esse o objetivo.

A reforma de Cunha, talhada à sua imagem e semelhança, sacramenta a causa do apodrecimento da política e afastar o eleitor das decisões por intervalos maiores.

Ah, mas Lula fez lobby por empresas brasileiras...

Sim. E nisso o senador Roberto Requião foi definitivo enquanto os senadores do PT balbuciavam evasivas:

‘Criticam o Lula por trabalhar a favor de empresas brasileiras;  elogiam o Serra por querer entregar nosso petróleo a empresas estrangeiras’, fuzilou, tiro seco e letal, o bravo parlamentar.

O país precisa de uma macroeconomia mais consistente?

Por certo.

Mas qual?

A dos sábios tucanos, reunidos no departamento econômico do Itaú, o BC do PSDB? Ou aquela recauchutada na Casa das Garças, com os mesmos ingredientes de sempre. Desregulação do mercado de trabalho e livre comércio, em linguagem acadêmica. Ou para ser um tanto mais direto: arrocho e entreguismo.

'O trade-off  é mais liberalismo em troca de mais redistribuição', preferem os senhores elegantes de gravata italiana.

Pergunte-lhes onde foi que isso aconteceu?
Na Espanha? Na Grécia? Em Portugal? Nos EUA? Ou na Inglaterra, onde a gororoba é aplicada desde Thatcher (Blair incluso), e 250 mil foram às ruas no último sábado contra cortes em programas sociais promovidos pelo engomadinho  Cameron (37% dos votos em escrutínio com abstenção de 40%)?

Menos Estado em troca de mais distribuição?

Então por que o motor da economia mundial engazopou e não pega nem com o tranco de liquidez de trilhões de dólares despejados pelo Fed e, agora, pelo tardio BCE?

Trinta anos que não se faz outra coisa a não ser desregular mercados urbi et orbi, e as grandes corporações mundiais estão sentadas em trilhões de dólares de liquidez.

Não investem.

Quem diz é a OCDE, não propriamente um organismo bolchevique.

A produtividade patina e grandes corporações dos EUA já destinaram US$ 903 bilhões este ano à recompra das próprias ações ou a dividendos milionários pagos à república dos acionistas, invertendo-se a destinação majoritária do lucro que deveria expandir o investimento produtivo.

O que falta para lubrificar a engrenagem emperrada?

Falta o que o Brasil tem, mas a boa ‘ciência econômica’ aqui -- com o incentivo do bravo jornalismo econômico -- acha indispensável liquidar: mercado de massa, horizonte de demanda, distribuição de renda, de bens e de infraestrutura.

A desregulação do mercado de trabalho e a destruição do pleno emprego -- vendidas como o clorofórmio capaz de combater as impurezas da macroeconomia lulopopulista,  explicam no plano mundial  por que essa  é a mais longa, frágil e incerta convalescença de todas as crises capitalistas, desde 1929.

O massacre da desregulação do trabalho, na fórmula consagrada de empregos desqualificados, salários baixos e atrofia sindical, foi contrabalançado pelo inchaço do crédito nas últimas décadas.

Famílias assalariadas – a exemplo de Estados desidratados pelas reduções de impostos —foram buscar no endividamento aquilo que o emprego e a receita fiscal não mais proporcionavam.

Empréstimos às famílias cresceram três vezes mais rápido que o PIB no último meio século nos países ricos, diz a OCDE.

Criou-se uma contradição nos seus próprios termos: crédito em volume cada vez maior a tomadores cada vez mais descapacitados a pagá-lo.

Daí para as sub-primes que acenderam o pavio da explosão mundial era uma questão de tempo.

Quando o balão de oxigênio creditício travou, em 2008, sobrou o deserto do real.

Um imenso areal de mão de obra subempregada, trabalhadores em tempo parcial, dezenas de milhões de famílias endividadas, outros tantos milhões de lares sem condições sequer de prover o próprio sustento.

O mundo talhado pelo cinzel neoliberal abarca hoje mais de 200 milhões de desempregados –30 milhões adicionados só nesta crise; a fome está de volta à Europa; uma em cada quatro crianças vive em meio à pobreza na Inglaterra onde Cameron acaba de cortar mais 12 bilhões de libras dos programas sociais; 46 milhões de norte-americanos só comem com ajuda do governo, mas o Congresso neoliberal desautoriza Obama a elevar o salário mínimo, agora inferior ao da era Reagan.

Por isso a OCDE lamenta o onanismo de um capital que se autossatisfaz ejaculando com a recompra das próprias ações e distribuindo lucros celibatários a  acionistas e diretores rentistas.

É essa a eficiência estratégica que se persegue?  Um capitalismo que patina no próprio esperma, apartado da reprodução, alijado de ferramentas de Estado e de poder social para reconduzi-lo às finalidades sociais do desenvolvimento?

Os dados na mesa são claros.

Não há muito tempo para agir, nem são tantas as opções assim.

Há até algum consenso entre o mercadistas sensatos e a visão progressista.

Ambos concordam que o país vive o esgotamento de uma dinâmica econômica.

Há razoável convergência em relação ao motor que deve puxar o novo período: o investimento produtivo, um impulso industrializante liderado pelo pré-sal; os grandes projetos de infraestrutura.

Termina o espaço dos consensos.

O conservadorismo avalia que o legado recente é incompatível com o futuro desejado. Para nascer o ‘novo’ é preciso destruir o ‘velho’.

Parece schumpeteriano, é udenista puro.

A supremacia financeira deve purgar todo e qualquer vestígio de interesse nacional, público e social no manejo da economia.

O alvo da caçada, Lula, embolou tudo na última década.

Fortemente ancorada na ampliação do mercado de massa, a economia avançou apoiada em ingredientes daquilo que a emissão conservadora denomina ‘Custo Brasil’.

Um exemplo das dificuldades a retardar o avanço da matilha nessa frente?

A formalização da mão de obra.

Hoje ela encarece sobremaneira o lacto purga das demissões em massa, atrasando a purificação do metabolismo econômico.

O PSDB deixou o país com uma taxa de informalidade do emprego de 43,6%.

No ano passado esse percentual era de 29,5%.

Para demitir um operário com registro em carteira é preciso pagar todos os direitos legados por Vargas.

Eles foram limados parcialmente pela ditadura, mas fortalecidos na prática pelo ciclo de pleno emprego propiciado em 12 anos de governos do PT (que pegou o país com um desemprego tucano superior a 9%, quase 10% em 2003; cortou isso à metade).

É disfuncional. Custa caro faxinar a folha de pagamentos pós-PT.

Pior: ao recontratar, enfrenta-se o piquete de uma década de investimento para democratizar a educação.

Foram oito milhões de vagas do Pronatec e 1,6 milhão de vagas do Prouni e do Fies.

O avanço educacional barra o retrocesso significativo nas relações de trabalho: o jovem qualificado recusa a informalidade e o salário arrochado.

É preciso pendurar a cabeça do responsável por isso na parede; impedi-lo de retornar à Presidência ou o mercado não completará o longo ciclo de detox neoliberal requerido.

‘(O juiz) acha que dá par apegar ele’.

Essa é a determinação serviçal da Lava Jato, cuja mão de obra não se inibe em paralisar o país para entregar o serviço.

A paralisia do sistema econômico, na verdade, é um plus que acompanha o pacote e ajudar a acuar a caça.

O resto é farofa ética expressa no inimputável conforto desfrutado pelas lambanças do PSDB.

Romper o cerco dessa determinação canina exige coragem política de negociar o futuro do país com quem  ainda quer conversar sobre soluções coletivas -- até para tornar compreensível e tolerável as restrições do presente, que são reais.

Ou o campo progressista se une e mexe no tabuleiro do xadrez com as peças dispostas a permanecer no jogo democrático, e de lance em lance altera a rigidez das demais, ou ele próprio será tomado pela rigidez cadavérica que vai tomando conta do metabolismo econômico.

Lula criou um novo personagem histórico: o mercado de massa ancorado no pleno emprego formalizado.

Os novos protagonistas formam hoje a maioria da sociedade.

Mas ainda não constituem um protagonista histórico capaz de assumir o comando do desenvolvimento e do país, o que explica o seu distanciamento em relação à caçada em curso.

É um pouco esse paradoxo que espeta no governo a angustiante dubiedade de um refém de si mesmo.

Cria, também, a angustiante dissociação entre o gesto e o seu efeito.

Entre o apelo e o seu desdobramento.

Nesta 2ª feira, Lula, ‘a caça’, evocou a necessidade de uma revolução no PT, ‘para salvar nosso projeto, não a nossa pele’.

Nada.

Em diferentes momentos da história recente, mas sobretudo após a morte traumática do candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, em agosto do ano passado, o projeto progressista esteve emparedado, a ponto de muitos darem o jogo como perdido.

No final de agosto, o aluvião conservador era tão denso que expoentes do colunismo conservador degustavam precocemente a derrota irreversível do ‘lulopetismo’.

Em duas frases, Lula esquadrejou a areia movediça então e identificou um pedaço de chão firme onde instalar a alavanca da reação (bem sucedida, como se sabe):  ‘Temos que demarcar o campo de classe dessa disputa: é preciso levar a política à campanha’.

Se tivesse incorporado à evocação o debate de ajustes pontuais na economia, o eleitor provavelmente entenderia –desde que isso se fizesse acompanhar de salvaguardas, prazos e contrapartidas.

Um pouco o que o Syriza busca agora na Grécia para não ser cuspido do euro, nem lixiviar ainda mais uma sociedade escalpelada.

Errou o PT ao não fazê-lo.

Erra em dobro agora, ao insistir em terceirizar um ajuste necessário, mas que só resultará em reordenação progressista do desenvolvimento se for pactuado com os que precisam genuinamente apostar na democracia social brasileira.

Os riscos intrínsecos a uma decisão de renegociar o pacto do desenvolvimento não são maiores do que o caminho adotado agora.

A aposta na indulgência dos mercados levou o governo a uma ponte sem pilares que desembocou em um labirinto de areia movediça.

Em certa medida, é como se o PT desconfiasse da capacidade de engajamento do protagonista político que ajudou a revelar.

O criador escapou à criatura.

Ou dito de forma mais racional: é viável enfrentar as contradições de um ciclo de desenvolvimento como o atual, sem estreitar os canais de organização e comunicação com a principal força capaz de sustentar a continuidade do processo?

A matilha  late cada vez mais perto.

Contra a voracidade excitada pela silhueta da presa há resposta.

Talvez a única resposta nas horas que correm.

A unidade de ação do campo progressista e a determinação política inabalável de não escamotear a colisão de interesses em jogo. ‘Trata-se de salvar um projeto, não cargos’. A ver.