Gregorio Duvivier
Hoje a gente vai falar sobre a SUPOSTA escravidão que teria ocorrido no Brasil no século 19.
Oi, Marquinho? Por que "suposta"? Porque há controvérsias, há quem
prefira chamar de mão-de-obra gratuita, e se eu chamar de escravidão, eu
vou estar tomando partido contra a escravidão, e eu sou professora, não
to aqui pra tomar partido.
Sim, Marquinho, bem lembrado. Muita gente como você afirma que teria
sido um processo cruel, que envolvia muita violência, mas essa apenas é
uma OPINIÃO, mesmo que compartilhada por muita gente. Enquanto você tem
essa opinião, Marquinho, outros defendem, e eu sou obrigada por lei a
lembrar, que foi graças à escravidão que o Brasil cresceu como nunca,
então esse é um assunto polêmico no qual eu prefiro não entrar. Não vou
entrar nesse mérito.
Não vou dizer o que acho, Jéssica, você não me obrigue a tomar uma
posição sobre um assunto espinhoso desses. Escravidão é um assunto que
divide o Brasil e eu não quero entrar nesse fla-flu.
É tudo muito controverso, igual essa coisa do ASSIM CHAMADO golpe de 64.
Pra muita gente foi revolução, Jéssica. Se foi golpe ou revolução? Se você é de esquerda foi golpe, se é de direita revolução.
Sim, teria havido tortura. Dizem. Mas se foi merecida ou não, isso não cabe a mim julgar.
Sim, há fontes que afirmam que a presidentx teria sido torturada.
Marquinho, Presidentx é a forma correta pra uma professora, porque quem
gosta chama de presidenta e quem não gosta chama de presidente. E eu não
posso tomar partido. Então é presidentx que sofreu um golpeachment.
Assim todo o mundo fica feliz.
Eu? Não sou de direita nem de esquerda, Marquinho. Minha tarefa aqui é escrever data no quadro. Não sou paga pra ter opinião.
Não, nem sobre o nazismo, Jessica. Sim, ALGUNS historiadores afirmariam
que teria acontecido um SUPOSTO Holocausto e que talvez tenha morrido
muita gente, mas se eu disser que aconteceu, ou que foi ruim, eu vou
estar tomando partido contra o nazismo, e eu não sou louca de fazer
isso, porque se eu tomar partido eu perco meu emprego.
Não, isso não significa que eu simpatize com o nazismo, significa que eu
simpatizo com meu emprego, e que eu sou professora de História, e
História não é futebol. Agora todo o mundo cala a boca e abre o livro de
História do Brasil. Não, o outro. O do Alexandre Frota.
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