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Portal Pravda
14.08.2015
"O nazismo esteve para Einstein, como o fascismo está para o Almirante Othon"
por Fernando Soares Campos
Trechos:
Analogia por semelhança entre os casos e por fatos opostos
O nazismo esteve para
Einstein, assim como o fascismo caboclo do Brasil está para o Almirante
Othon Pinheiro da Silva. A diferença está nos aliados a quem o almirante
poderia hoje recorrer. Se Einstein refugiou-se nos Estados Unidos para
escapar da Alemanha nazista, Othon, para se livrar da perseguição do
fascismo caboclo, teria atualmente a opção de buscar refúgio na Rússia
ou no Irã.
A perseguição e prisão do
almirante Othon (preso pela PF na Operação Lava Jato e condenado a 43
anos de prisão) também podem ser compreendidas como um caso às avessas
do caso Julius e Ethel Rosenberg, acusados de espionagem e revelação de
segredos científicos para instituições de pesquisa nuclear da antiga
União Soviética (URSS), o que pode ter sido a chave que os soviéticos
precisavam para fabricar a bomba atômica. Os dois foram condenados à
morte e executados em cadeira elétrica, na prisão de Sing Sing, EUA, em
1953. O próprio Einstein protestou veementemente contra a condenação do
casal.
Por que afirmo que se trata de
casos opostos? Porque as acusações de lá e de cá são esdruxulamente
díspares. Enquanto o casal Rosenberg foi acusado de entregar segredos
científicos da área de estudos da energia nuclear ao inimigo, o
cientista almirante Othon se recusou a revelar ou vender os segredos do
desenvolvimento de centrífugas de enriquecimento de urânio e de
propulsão nuclear para submarinos aos americanos, que já possuem suas
próprias tecnologias nessa área há muitos anos, porém o que aqui em
nosso país se desenvolveu interessa a eles, como já afirmei, por
questões econômico-financeiras e geopolíticas.
(...)
A delação e a ilógica de propina para enriquecimento ilícito
Rogério Nora de Sá,
ex-presidente da Andrade Gutierrez, delator na Operação Lava Jato,
declarou à Justiça Federal que o almirante Othon, na condição de
presidente da Eletronuclear, pediu "contribuição política" para o PT e
para o PMDB, além de "contribuição científica" para seus próprios
“projetos futuros”, o desenvolvimento de turbinas. "Rogério disse ter
concordado com o pedido, sendo definido que, quando os contratos
passassem a ter eficácia, haveria o pagamento da ‘contribuição política’
e da ‘contribuição científica’”.
"Indagado a respeito do
benefício que a Andrade Gutierrez esperava ter ao realizar os pagamentos
de propina para Othon Luiz, Rogério Nora respondeu que não esperava
benefício em relação à lucratividade da obra, mas sim que a empresa não
fosse prejudicada ou sofresse algum tipo de represália que atrapalhasse o
seu andamento. Ao final, esclareceu não ter participado de qualquer
situação ilícita envolvendo a licitação para a montagem eletromecânica."
Assim declarado, consta do depoimento do delator. Nisso não se pode
afirmar que Othon tenha achacado o executivo. Deduz-se apenas que
Rogério Nora deve ter amargas experiências em relacionamento com
responsáveis pela fiscalização de obras executadas por sua empresa,
elementos que tenham criado obstáculos, reprovando métodos,
equipamentos, produtos e serviços, sob a alegação de que não atendiam
especificações e normas técnicas, até que uma polpuda propina fosse paga
para aprovação das etapas realizadas e liberação das parcelas de
pagamento.
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